Jovem perde todo o cabelo por estresse no trabalho: 'Foi tudo muito rápido'

Lauren Johnson, de 23 anos, viveu uma transformação após enfrentar um período de estresse no trabalho e perder todo o cabelo em semanas

Por Bruna Castelo Branco.

A estudante de veterinária Lauren Johnson, de 23 anos, viveu uma transformação radical após enfrentar um período de estresse intenso no trabalho e perder todo o cabelo em poucas semanas. O caso ocorreu em Gateshead, no Reino Unido, e foi relatado pela jovem nas redes sociais para conscientizar sobre a alopecia areata, doença autoimune que causa queda repentina dos fios.

Durante uma viagem de férias, uma amiga notou uma pequena falha na parte de trás da cabeça de Lauren. Em poucos dias, novas áreas começaram a apresentar queda, e, em menos de um mês, as mechas começaram a cair em grande quantidade.

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A estudante Lauren Johnson, de 23 anos, viveu uma transformação após enfrentar um período de estresse no trabalho e perder todo o cabelo em poucas semanas. | Foto: Redes Sociais

“Foi tudo muito rápido. Decidi raspar a cabeça por completo”, contou a jovem. Ao procurar atendimento médico, ouviu apenas que deveria “tentar diminuir o estresse e reduzir a carga de trabalho”, sem receber explicações detalhadas sobre o quadro. O diagnóstico de alopecia areata foi confirmado posteriormente.

A condição ocorre quando o sistema imunológico ataca os folículos capilares, estruturas responsáveis pelo crescimento dos fios. O resultado é a perda de cabelo em áreas arredondadas do couro cabeludo ou, em casos mais severos, a queda total dos pelos da cabeça e do corpo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a alopecia areata pode ser desencadeada por fatores genéticos, alterações hormonais, infecções, uso de medicamentos ou situações de estresse físico e emocional. Embora não apresente risco à vida, a doença pode gerar impacto psicológico significativo, afetando autoestima e bem-estar.

Relatórios divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com transtornos mentais, o que pode desencadear a alopecia areata. As condições mais comuns são ansiedade e depressão, que afetam indivíduos de diferentes idades e classes sociais e estão associadas a perdas significativas na qualidade de vida, na produtividade e na economia global.

Segundo estudo da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), quase 50% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem de depressão, e que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial nos diagnósticos de Síndrome de Burnout (saúde mental afetada diretamente pelo trabalho), perdendo apenas para o Japão. Além disso, 9 em cada 10 trabalhadores têm sintomas de ansiedade, do grau mais leve ao impactante.

A condição ocorre quando o sistema imunológico ataca os folículos capilares, estruturas responsáveis pelo crescimento dos fios. | Foto: Nioxin/Divulgação

Os sintomas mais comuns de alopecia incluem:

- Perda repentina de cabelo em áreas circulares do couro cabeludo, sobrancelhas ou barba;

- Coceira ou formigamento leve antes da queda;

- Unhas frágeis ou com pequenas depressões;

- Evolução variável, com possível crescimento parcial ou total dos fios;

- Aumento da ansiedade, baixa autoestima e, em casos graves, sintomas depressivos.

O tratamento depende do grau da doença e da resposta individual. Entre as terapias mais indicadas estão o uso de corticoides tópicos ou injetáveis, minoxidil e imunossupressores. Em casos resistentes, podem ser recomendadas terapias que modulam a resposta imunológica. A SBD reforça que o suporte psicológico é parte essencial da abordagem clínica, já que o impacto emocional pode agravar o quadro.

Embora não apresente risco à vida, a doença pode gerar impacto psicológico significativo, afetando autoestima e bem-estar. | Foto: Clínica Follicles

Atualmente, Lauren usa as redes sociais para compartilhar o processo de aceitação e conscientizar sobre a condição. “Que jornada estranha e incrível tem sido”, escreveu.

Segundo ela, dividir sua experiência é uma forma de ajudar outras pessoas que enfrentam situações semelhantes e de chamar atenção para a importância do cuidado com a saúde mental e o estresse.

No Brasil, a partir de 2026, ansiedade, estresse, burnout e outros riscos à saúde mental causados no ambiente de trabalho podem render penalização. A Nova Norma Regulamentadora 1 (NR-1), atualizada pelo Ministério do Trabalho e que entra em vigor em maio do ano que vem, obriga empresas de todo o país a identificar e gerenciar riscos psicossociais dos funcionários.

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