Operações investigam conflitos entre produtores rurais e indígenas na Bahia

Forças estaduais e federais deflagram ações simultâneas após episódios de violência ligados a conflitos entre produtores rurais e indígenas na Bahia

Por Ananda Costa.

Forças estaduais e federais de segurança pública deflagraram, na manhã desta terça-feira (9), duas operações policiais para apurar episódios de violência relacionados aos conflitos entre produtores rurais e indígenas na Bahia, registrados no extremo sul do estado.

Conflitos entre produtores rurais e indígenas na Bahia. Foto: Divulgação PF

Operação Sombras da Mata

A Operação Sombras da Mata apura o ataque ocorrido em 28 de outubro de 2025, durante a invasão de uma propriedade rural em Itamaraju, quando dois produtores foram mortos e um terceiro ficou gravemente ferido. Três suspeitos chegaram a ser presos em flagrante, mas foram liberados por questões processuais. As investigações identificaram possíveis mandantes e os supostos autores dos disparos.

Foram expedidos seis mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão. Até o momento, uma pessoa foi presa e mais de dez armas de fogo foram apreendidas.

 Foto: PF

Operação Tekó Porã

A Operação Tekó Porã investiga o ataque armado contra indígenas da Aldeia Kai, em 1º de outubro de 2025, em uma propriedade rural no distrito de Cumuruxatiba, em Prado. Dois indígenas foram feridos por disparos de arma de fogo. Ao todo, estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão para reunir novos elementos sobre o caso.

Segundo a Polícia Federal, as operações buscam reforçar a apuração de crimes ligados aos conflitos fundiários na região, envolvendo grupos que se aproveitam das tensões entre produtores rurais e povos originários para promover ações violentas.

As ações contam com a participação da Força-Tarefa da Polícia Federal em Porto Seguro, Polícia Civil, Polícia Militar da Bahia, Força Nacional, CORE, COT, BOPE, CAEMA, CIPPA, RONDESP e equipes dos comandos regionais do extremo sul e sul do estado.

Recentes manifestações indígenas em Itamaraju

Uma manifestação indígena, com aproximadamente 30 pessoas, interditou a BR-101, no km 793, nas proximidades do trevo de Itamaraju, próximo à entrada do Parque Nacional do Monte Pascoal.

A Polícia Rodoviária Federal informou que os manifestantes exibem faixas com mensagens que alegam perseguição a lideranças da comunidade indígena local. Eles reivindicam justiça e cobram providências das autoridades competentes.

Lideranças indígenas criticam ações da Força Nacional no extremo sul

Lideranças indígenas e representantes locais do Território Indígena Barra Velha de Monte Pascoal, no extremo sul baiano, criticaram as ações da Força Nacional de Segurança na região, alegando que estão sendo alvo de prisões “arbitrárias” e cobraram a libertação do Cacique Suruí Pataxó, preso em 2 de julho.

Segundo nota do Conselho de Caciques, que o Aratu On teve acesso, a versão divulgada pela Força Nacional de que houve uma emboscada para justificar a prisão do Cacique é uma “invenção absurda e mal-intencionada”, e o que teria ocorrido “foi uma reação legítima e indignada diante da prisão de uma das lideranças mais ameaçadas do território”.

No último dia 2 de julho, quatro pessoas - dois adultos e dois adolescentes - foram detidas durante uma operação no Território Indígena, que resultou ainda na apreensão de duas pistolas, e 386 munições de diferentes calibres, incluindo 9mm, .380, .44, 5.56, 12, .22 e .32.

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