Um dos maiores traficantes de animais silvestres do país é preso na Bahia
O investigado é acusado de chefiar uma organização criminosa com atuação interestadual, especializada em tráfico de animais
Por Bruna Castelo Branco.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) prendeu nesta sexta-feira (5) um homem apontado como um dos maiores traficantes de animais silvestres do Brasil. A prisão ocorreu durante a Operação Fauna Protegida, realizada em Salvador e no município de Mascote, no extremo sul baiano.
O investigado é acusado de chefiar uma organização criminosa com atuação interestadual, especializada em tráfico de animais, maus-tratos, receptação e lavagem de dinheiro. O grupo comercializava ilegalmente centenas de bichos, sobretudo aves como estevão, canário, chorão, papa-capim e trinca-ferro. Há registros de pássaros vendidos por até R$ 80 mil.
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Apesar de já ter sido flagrado com grandes cargas — incluindo 1.575 aves e centenas de jabutis —, esta foi a primeira prisão dele pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Além da prisão do suposto líder, também foi detido um dos principais fornecedores da quadrilha, e cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Em um dos locais, foram encontrados dezenas de galos criados em condições de maus-tratos para rinhas.
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Estrutura do esquema
Segundo as investigações, a quadrilha atuava com quatro núcleos:
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Captores e fornecedores, responsáveis pela caça e armazenamento precário dos animais;
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Transporte, que levava os bichos em condições de maus-tratos até os pontos de venda;
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Financeiro, encarregado de ocultar e movimentar os recursos ilícitos;
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Receptadores, em sua maioria em Salvador, que adquiriam animais para revenda ou ostentação.
Articulação nacional
A ação integra o projeto Libertas, da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), que busca fortalecer o combate ao tráfico de fauna silvestre em todo o país.
“A operação é uma resposta contundente do Estado para promover a proteção da nossa fauna. Agora, as investigações seguem para complementação das provas e a denúncia criminal”, afirmou a promotora de Justiça Aline Salvador.
A operação teve apoio das promotorias regionais de Ilhéus e Itabuna, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), da Polícia Militar e de Ministérios Públicos de outros estados.
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