O agroneg&oacute;cio irrigado na Bahia tem se consolidado como um dos pilares mais importantes do desenvolvimento regional e nacional. Em &aacute;reas tradicionalmente marcadas pelo clima semi&aacute;rido, como o Vale do S&atilde;o Francisco, que abrange cidades como Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), e o Oeste baiano, a tecnologia da irriga&ccedil;&atilde;o transformou a paisagem e possibilitou a produ&ccedil;&atilde;o em larga escala de frutas como uva, manga e melancia, al&eacute;m da diversifica&ccedil;&atilde;o para outras culturas.
Segundo o gerente de Sustentabilidade da Associa&ccedil;&atilde;o de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Eneas Porto, a regi&atilde;o Oeste j&aacute; &eacute; reconhecida como a principal &aacute;rea irrigada do pa&iacute;s, com cerca de 350 mil hectares em opera&ccedil;&atilde;o.
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/interior/policia-acha-39-mil-pes-de-maconha-que-eram-irrigados-com-aguas-do-sao-francisco-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">Pol&iacute;cia acha 39 mil p&eacute;s de maconha que eram irrigados com &aacute;guas do S&atilde;o Francisco na Bahia</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/6f1e8183-bfc0-466e-9cff-30a52b67ba81.webp?width=1170&amp;height=700" alt="Prefeitura de Campo Grande/Divulga&ccedil;&atilde;o">
Esse avan&ccedil;o se deve a dois fatores centrais: a disponibilidade h&iacute;drica, garantida por rios e aqu&iacute;feros, e o aumento no acesso &agrave; energia el&eacute;trica, fundamental para viabilizar os sistemas de irriga&ccedil;&atilde;o.
<blockquote data-start="1331" data-end="1581">
&ldquo;A irriga&ccedil;&atilde;o &eacute; muito mais do que molhar a terra. Irrigar significa aplicar a quantidade exata de &aacute;gua, de forma eficiente e controlada. Isso potencializa a produtividade em at&eacute; 30% em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s &aacute;reas que dependem apenas da chuva&rdquo;, explica Porto.
</blockquote>
Al&eacute;m da fruticultura, o uso da irriga&ccedil;&atilde;o tem possibilitado o cultivo de gr&atilde;os, fibras, cacau e at&eacute; culturas pouco tradicionais, como t&acirc;maras, que come&ccedil;am a ser estudadas como nova aposta agr&iacute;cola.&nbsp;
&ldquo;A irriga&ccedil;&atilde;o &eacute; um fator de desenvolvimento econ&ocirc;mico, social e ambiental. &Eacute; a partir dela que conseguimos produzir mais alimentos, a pre&ccedil;os mais acess&iacute;veis, e transformar o semi&aacute;rido em uma regi&atilde;o pr&oacute;spera e estrat&eacute;gica para o Brasil e para o mundo.&rdquo;
Um dos principais centro de produ&ccedil;&atilde;o a partir da irriga&ccedil;&atilde;o &eacute; o Vale do S&atilde;o Francisco, que se tornou refer&ecirc;ncia internacional na fruticultura irrigada, especialmente na produ&ccedil;&atilde;o de uvas e vinhos, mesmo sendo um local extremamente seco. <a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/exportacoes-do-agronegocio-baiano-para-onde-vai-a-producao-do-estado" target="_blank" rel="noopener">Os produtos irrigados se destacam inclusive no cen&aacute;rio de exporta&ccedil;&atilde;o.</a>
<h3 data-start="1647" data-end="2069">Panorama</h3>
Para o professor titular da UFRB e engenheiro agr&ocirc;nomo Francisco Adriano de Carvalho Pereira, a irriga&ccedil;&atilde;o cumpre um papel essencial de estabiliza&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola.
<blockquote data-start="2514" data-end="2784">
&ldquo;Ela visa atender &agrave; necessidade h&iacute;drica em regi&otilde;es onde a precipita&ccedil;&atilde;o &eacute; insuficiente ou irregular. Temos &aacute;reas que chegam a registrar 2 mil mil&iacute;metros de chuva ao ano, mas em per&iacute;odos muito curtos, o que inviabiliza o equil&iacute;brio da produ&ccedil;&atilde;o sem irriga&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explica.
</blockquote>
Ele aponta que, em termos gerais, o M&eacute;dio S&atilde;o Francisco concentra a irriga&ccedil;&atilde;o de fruteiras como uva, manga e mel&atilde;o, em Juazeiro e Petrolina. J&aacute; no Subm&eacute;dio S&atilde;o Francisco, o mercado de vinhos &eacute; consolidado e em expans&atilde;o.
No Oeste da Bahia, a irriga&ccedil;&atilde;o est&aacute; voltada principalmente para gr&atilde;os como soja, milho, algod&atilde;o e feij&atilde;o, com mais de 220 mil hectares irrigados.
Outras regi&otilde;es do estado tamb&eacute;m se destacam:
<ul data-start="3229" data-end="3671">
<li data-start="3229" data-end="3426">
Baixio de Irec&ecirc;: polo em expans&atilde;o a partir do Rio S&atilde;o Francisco, em projeto concebido pela Codevasf e posteriormente leiloado para a iniciativa privada, que administra a infraestrutura.
</li>
<li data-start="3427" data-end="3512">
Chapada Diamantina: com produ&ccedil;&atilde;o diversificada de frutas, gr&atilde;os e hortali&ccedil;as.
</li>
<li data-start="3599" data-end="3671">
Extremo Sul: polo de fruteiras como mam&atilde;o e frutas c&iacute;tricas.
</li>
</ul>
De acordo com Francisco Adriano, a Bahia j&aacute; possui entre 550 mil e 600 mil hectares irrigados, mas o estado tem potencial para ultrapassar 1,6 milh&atilde;o de hectares. Al&eacute;m das &aacute;reas tradicionais, a irriga&ccedil;&atilde;o cresce tamb&eacute;m em cintur&otilde;es verdes no entorno de grandes centros urbanos, voltados ao hortifr&uacute;ti granjeiro, e em sistemas de pastagens e silagem.
Um movimento inovador &eacute; o avan&ccedil;o da produ&ccedil;&atilde;o de cacau irrigado no semi&aacute;rido, aproveitando a menor incid&ecirc;ncia de doen&ccedil;as como a vassoura-de-bruxa.
<blockquote data-start="4193" data-end="4383">
&ldquo;O cacau &eacute; hoje a coqueluche do momento. J&aacute; estamos entre os maiores produtores do mundo, e a irriga&ccedil;&atilde;o abre novas fronteiras de cultivo em &aacute;reas antes impens&aacute;veis como o semi&aacute;rido, que n&atilde;o apresenta o riscos de pragas como a produ&ccedil;&atilde;o j&aacute; foi afetada em outros momentos&rdquo;, observa o professor.
</blockquote>
<h2 data-start="2465" data-end="2511">Desafios</h2>
<a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/infraestrutura-inseguranca-e-seca-desafios-do-agronegocio-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">O agroneg&oacute;cio apresenta in&uacute;meros desafios</a>, mas a irriga&ccedil;&atilde;o alguns problemas adicionais. Segundo Porto, todo o processo &eacute; regulamentado: &ldquo;Ningu&eacute;m pode simplesmente captar &aacute;gua sem autoriza&ccedil;&atilde;o. &Eacute; preciso licenciamento e outorga do INEMA, al&eacute;m de acompanhamento da Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;guas (ANA) e da FEMA. A tentativa &eacute; de garantir seguran&ccedil;a h&iacute;drica, tanto para a agricultura quanto para os consumidores urbanos&rdquo;.
Apesar da cautela necess&aacute;ria, o especialista destaca que o excesso de burocracia no licenciamento h&iacute;drico &eacute; tamb&eacute;m um desafio. Outro gargalo &eacute; o parque el&eacute;trico, j&aacute; que a irriga&ccedil;&atilde;o demanda grande volume de energia. A expans&atilde;o das fontes renov&aacute;veis, sobretudo a solar e a e&oacute;lica, tem ajudado a reverter esse cen&aacute;rio.
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/geral/bahia-recebera-recursos-para-abastecimento-em-perimetros-irrigados" target="_blank" rel="noopener">Bahia receber&aacute; recursos para abastecimento em per&iacute;metros irrigados</a>
<a href="https://aratuon.com.br/geral/bahia-recebera-recursos-para-abastecimento-em-perimetros-irrigados" target="_blank" rel="noopener">
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/0ba1a5b6-da58-4572-aa6a-3b9f491ceaf4.webp?width=800&amp;height=451" alt="Pixabay">
</a>

Desde os primeiros p&eacute;s de cacau da Bahia o cacau foi respons&aacute;vel por mudar a hist&oacute;ria econ&ocirc;mica e social do estado. Em entrevista ao&nbsp;Aratu On, o historiador Murilo Mello destacou que a trajet&oacute;ria do fruto come&ccedil;ou em Canavieiras, no sul baiano, regi&atilde;o onde a lavoura prosperou e atraiu milhares de pessoas em busca de riqueza.
<blockquote>
&ldquo;Esses p&eacute;s de cacau s&atilde;o os primeiros da hist&oacute;ria da Bahia. De Canavieiras, o cultivo se espalhou para &aacute;reas vizinhas e fez a fortuna de v&aacute;rias fam&iacute;lias&rdquo;, explicou o historiador.
</blockquote>
A promessa de prosperidade levou fam&iacute;lias inteiras de diferentes partes do Nordeste, muitas fugindo da seca, a tentar a sorte no sul da Bahia. Entre elas, nomes que mais tarde se tornaram tradicionais, como a fam&iacute;lia de Jorge Amado, que tinha origem em Sergipe. &ldquo;Foram quase retirantes que encontraram no cacau uma oportunidade de enriquecimento&rdquo;, relembrou Mello.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/8aa0f283-0412-43cf-892e-11fb493fdf62.jpg?width=740&amp;height=470" alt="Import&acirc;ncia do cacau na Bahia: tradi&ccedil;&atilde;o, economia e futuro da produ&ccedil;&atilde;o; Ilustrativa/Pexels">
O movimento n&atilde;o se restringiu ao Brasil. Comerciantes de diversas partes do mundo, incluindo&nbsp;&aacute;rabes, franceses e alem&atilde;es, tamb&eacute;m se estabeleceram na regi&atilde;o, impulsionando o progresso e transformando o sul da Bahia em um polo de desenvolvimento econ&ocirc;mico.
A produ&ccedil;&atilde;o se consolidou como uma das maiores fontes de arrecada&ccedil;&atilde;o do estado, com destaque para munic&iacute;pios como Grapi&uacute;na e Itabuna, que se tornaram s&iacute;mbolos da chamada &ldquo;era de ouro do cacau&rdquo;.
Durante d&eacute;cadas, o cacau foi a base da economia local, moldando comunidades e consolidando o poder da aristocracia rural conhecida como &ldquo;coron&eacute;is do cacau&rdquo;. Mas a lavoura n&atilde;o estava imune a crises: a praga vassoura-de-bruxa devastou planta&ccedil;&otilde;es, provocou desemprego em massa e agravou problemas sociais, como faveliza&ccedil;&atilde;o. Fernandes explica: &ldquo;As fazendas demitiram, a popula&ccedil;&atilde;o migrou, a regi&atilde;o se transformou socialmente, e o estado n&atilde;o tinha como ajudar.&rdquo;
<h2 data-start="1597" data-end="1638">Queda e recupera&ccedil;&atilde;o do setor cacaueiro</h2>
O renascimento do setor se deu por meio de pesquisa cient&iacute;fica, investimentos em cacau fino e pol&iacute;ticas de incentivo &agrave; produ&ccedil;&atilde;o sustent&aacute;vel. &ldquo;Hoje, a regi&atilde;o se posiciona no cen&aacute;rio mundial n&atilde;o apenas como produtora de cacau, mas tamb&eacute;m de chocolate premiado&rdquo;, diz Fernandes.
O sul da Bahia j&aacute; se destaca em competi&ccedil;&otilde;es internacionais de chocolate fino: pequenas ind&uacute;strias locais seguem processos rigorosos que incluem sele&ccedil;&atilde;o manual da fruta, descanso no solo e an&aacute;lise detalhada do produto &ndash; um ciclo que dura em m&eacute;dia 28 dias. &ldquo;Ganhar medalhas em competi&ccedil;&otilde;es globais mostra a capacidade do nosso setor em agregar valor ao cacau e colocar o Brasil no mapa mundial&rdquo;, comemora Fernandes.
Al&eacute;m disso, fazendas centen&aacute;rias, como a Cruzeiro do Sul, migraram para sistemas org&acirc;nicos e biodin&acirc;micos, unindo tradi&ccedil;&atilde;o e inova&ccedil;&atilde;o. Esse movimento tamb&eacute;m est&aacute; ligado ao agroecoturismo, que transforma as fazendas em destinos tur&iacute;sticos com trilhas, caf&eacute;s e experi&ecirc;ncias gastron&ocirc;micas. Fernandes explica: &ldquo;O turismo deixou de ser s&oacute; praia e passou a incluir visitas &agrave;s fazendas, o que agrega valor &agrave; produ&ccedil;&atilde;o e fortalece a economia local.&rdquo;
<h2 data-start="2805" data-end="2849">Produ&ccedil;&atilde;o industrial e desafios do mercado</h2>
Atualmente, a Bahia apresenta processadoras&nbsp;localizadas em Itabuna e Ilh&eacute;us, respons&aacute;veis pelo processamento da mat&eacute;ria-prima nacional. Elas compram cacau de outros estados, como o Par&aacute;, mas n&atilde;o est&atilde;o localizadas nesses polos produtores. Fernandes alerta: &ldquo;Mesmo comprando cacau de outros estados, essas processadoras s&atilde;o essenciais para a cadeia. Sem elas, produtos como o chocolate branco fino podem desaparecer, porque dependemos da manteiga desodorizada que a ind&uacute;stria produz.&rdquo;
O setor produz diversos derivados, tais como:
<ul data-start="3401" data-end="3553">
<li data-start="3401" data-end="3479">
Licor de cacau: cacau amassado com 55% de p&oacute; e o restante de manteiga.
</li>
<li data-start="3480" data-end="3553">
Manteiga de cacau: grande parte exportada para os Estados Unidos.
</li>
</ul>
O cacau e seus derivados s&atilde;o um dos cinco <a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/exportacoes-do-agronegocio-baiano-para-onde-vai-a-producao-do-estado" target="_blank" rel="noopener">produtos do agroneg&oacute;cio baiano com maior montante exportado</a>, gerando US$ 433 milh&otilde;es (6,5% da produ&ccedil;&atilde;o vendida ao exterior em 2024). Com esses n&uacute;meros, o Cacau fica atr&aacute;s apenas da Soja, Celulose, Algod&atilde;o.
<h2 data-start="2338" data-end="2377">Tarifa&ccedil;o amea&ccedil;a ind&uacute;stria e empregos</h2>
O cen&aacute;rio atual do setor cacaueiro no Brasil &eacute; complexo. O aumento do imposto de exporta&ccedil;&atilde;o, conhecido como tarifa&ccedil;o, que passou de 10% para 50%, gera grande preocupa&ccedil;&atilde;o. Fernandes alerta: &ldquo;Com o tarifa&ccedil;o, n&atilde;o h&aacute; como ajustar a m&aacute;quina para retirar menos p&oacute; e mais manteiga, que teoricamente vai aos Estados Unidos. Isso significa que parte da produ&ccedil;&atilde;o pode ser desperdi&ccedil;ada, e a ind&uacute;stria precisar&aacute; importar para compensar.&rdquo;
O impacto &eacute; direto:
<ul data-start="3099" data-end="3496">
<li data-start="3099" data-end="3171">
Redu&ccedil;&atilde;o na compra de cacau nacional, afetando produtores locais.
</li>
<li data-start="3172" data-end="3230">
Demiss&otilde;es nas fazendas e ind&uacute;strias processadoras.
</li>
<li data-start="3231" data-end="3496">
Risco para a produ&ccedil;&atilde;o de chocolate branco fino, que depende de manteiga desodorizada da grande ind&uacute;stria. Fernandes explica: &ldquo;Se a grande ind&uacute;stria parar de processar ou importar cacau, at&eacute; pequenos produtores que fazem chocolate premiado podem ser afetados.
</li>
</ul>
<a href="https://aratuon.com.br/economia/mp-libera-r-30-bi-para-compensar-setores-atingidos-por-tarifaco-dos-eua" target="_blank" rel="noopener">Setor ainda avalia se deve entrar no programa lan&ccedil;ado pelo presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva (PT)</a>, de apoio aos produtores impactados pelo tarifa&ccedil;o. O cacau, <a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/infraestrutura-inseguranca-e-seca-desafios-do-agronegocio-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">como todo o agroneg&oacute;cio baiano enfrenta tamb&eacute;m desafios hist&oacute;ricos, tais como: a seca, a falta de infraestrutura e a inseguran&ccedil;a s&atilde;o pontos cr&iacute;ticos para a &aacute;rea.</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4d847c0c-000e-4667-9934-34ca1c749f84.jpg?width=1170&amp;height=700" alt="Lula lan&ccedil;a plano Brasil Soberano para apoiar empresas relacionadas ao tarifa&ccedil;o; Foto:Jos&eacute; Cruz/Ag&ecirc;ncia Brasil">
<h2 data-start="4785" data-end="4820">Bahia no cen&aacute;rio global do cacau</h2>
Hoje, a regi&atilde;o n&atilde;o &eacute; apenas produtora, mas refer&ecirc;ncia mundial na produ&ccedil;&atilde;o de chocolate fino. O sul da Bahia ganhou 15 medalhas em competi&ccedil;&otilde;es internacionais, tornando-se a regi&atilde;o que mais se destacou no mundo. A aposta em pequenas ind&uacute;strias que selecionam a fruta, analisam e processam com cuidado mostra que qualidade e tradi&ccedil;&atilde;o caminham lado a lado.
&ldquo;O produtor precisa se reinventar constantemente para agregar valor e se destacar no mercado global. &Eacute; um processo hist&oacute;rico, desafiador, mas que demonstra a for&ccedil;a e a tradi&ccedil;&atilde;o do cacau na Bahia&rdquo;, conclui Fernandes.
A produ&ccedil;&atilde;o de cacau exige aten&ccedil;&atilde;o a fatores clim&aacute;ticos, manejo agroflorestal e inova&ccedil;&atilde;o constante. As&nbsp;mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas tornam o processo ainda mais delicado. Por isso, produtores investem em diversifica&ccedil;&atilde;o e valor agregado: chocolate artesanal, turismo nas fazendas e ado&ccedil;&atilde;o de m&eacute;todos org&acirc;nicos ou biodin&acirc;micos.
Universidades, institutos federais e &oacute;rg&atilde;os como SEPLAG, UESC e SEBRAE t&ecirc;m papel central na capacita&ccedil;&atilde;o dos produtores. Fernandes destaca: &ldquo;O sul da Bahia sempre teve aten&ccedil;&atilde;o do governo, especialmente nos &uacute;ltimos anos, com estudos, assessorias t&eacute;cnicas e est&iacute;mulo &agrave; inova&ccedil;&atilde;o. Sem isso, o produtor dificilmente aprenderia a produzir cacau fino de alta qualidade.&rdquo;
A regi&atilde;o desenvolveu o sistema Cabruca, um modelo agroflorestal inovador que combina cultivo de cacau com preserva&ccedil;&atilde;o da Mata Atl&acirc;ntica. &ldquo;A cabruca &eacute; uma inven&ccedil;&atilde;o nossa e mostra como tradi&ccedil;&atilde;o e sustentabilidade podem andar juntas&rdquo;, ressalta Fernandes.
Dentre as a&ccedil;&otilde;es de apoio ao setor, <a href="https://aratuon.com.br/politica/presidente-lula-sanciona-lei-que-cria-selos-de-producao-sustentavel-de-cacau" target="_blank" rel="noopener">o presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva (PT) sancionou, sem vetos, a Lei 14.877/24</a>, de autoria do deputado baianao F&eacute;lix Mendon&ccedil;a J&uacute;nior (PDT), que institui os selos de produ&ccedil;&atilde;o sustent&aacute;vel Cacau Cabruca e Cacau Amaz&ocirc;nia. A medida&nbsp;representa um marco para a economia cacaueira, especialmente no sul da Bahia.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/f1389c45-e7b5-43ce-8cec-22ff12946e4d.jpeg?width=1170&amp;height=911" alt="Thiago Fernandes, do Cons&oacute;rcio Cabruca ; Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Instagram">

A Bahia ocupa uma posi&ccedil;&atilde;o estrat&eacute;gica no agroneg&oacute;cio nacional, o setor &eacute; pe&ccedil;a-chave na economia estadual, representando uma fatia significativa do PIB e das exporta&ccedil;&otilde;es.&nbsp;Segundo dados do Sistema Agrostat do Minist&eacute;rio da Agricultura e Pecu&aacute;ria, no ranking nacional de exporta&ccedil;&otilde;es do agroneg&oacute;cio, a Bahia aparece em 9&ordm; lugar, respons&aacute;vel por 4,08% do total exportado pelo Brasil em 2024.
O valor movimentado foi de US$ 6,71 bilh&otilde;es, ficando atr&aacute;s de estados como S&atilde;o Paulo, Mato Grosso, Paran&aacute; e Minas Gerais.&nbsp;No acumulado do primeiro trimestre de 2025, as exporta&ccedil;&otilde;es do agroneg&oacute;cio brasileiro atingiram US$ 37,8 bilh&otilde;es, o maior valor j&aacute; registrado para o per&iacute;odo. A Bahia teve destaque: sozinha exportou US$ 1,5 bilh&atilde;o, superando o volume total dos demais estados nordestinos, que juntos somaram US$ 1,44 bilh&atilde;o. Esse resultado refor&ccedil;a a lideran&ccedil;a baiana no setor agropecu&aacute;rio do Nordeste.
O desempenho do agroneg&oacute;cio tem sido est&aacute;vel nos &uacute;ltimos anos, segundo dados da Federa&ccedil;&atilde;o de Agricultura e Pesca da Bahia.&nbsp;
<img src="https://lh7-rt.googleusercontent.com/docsz/AD_4nXejyXU8MmEWhMZfASQ7hT2_DDh-hYUbLGjGpjlQWQF6GhQDo-Dcjhgh_2lxtBZdX_NStkZhEThtxBBUtOJLzqkxBoQkaz8iF61i94tgxAwIVFnPm7hUd-wFSKBG2fK3xVPPeHv9sQ?key=dvMbeAsjO3OxO-_ZKZdiOg" width="600" height="362">
O crescimento acumulado de cerca de 66% entre 2020 e 2024 mostra a consolida&ccedil;&atilde;o da Bahia no com&eacute;rcio exterior, apesar de oscila&ccedil;&otilde;es conjunturais. Em 2024, a soja representou 61% da produ&ccedil;&atilde;o de gr&atilde;os e foi determinante para o saldo positivo da balan&ccedil;a comercial do estado.
<h2 data-start="1983" data-end="2029">Principais produtos exportados pela Bahia</h2>
Os produtos mais relevantes do agroneg&oacute;cio baiano em 2024 foram:
<ul data-start="2099" data-end="2445">
<li data-start="2099" data-end="2147">
<a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/conab-aiba-e-entidades-agricolas-atualizam-os-custos-de-producao-de-soja-e-sorgo-no-oeste-baiano" target="_blank" rel="noopener">Soja em gr&atilde;os </a>&ndash; US$ 2,43 bilh&otilde;es (36,3%)
</li>
<li data-start="2148" data-end="2190">
Celulose &ndash; US$ 1,49 bilh&atilde;o (22,2%)
</li>
<li data-start="2191" data-end="2252">
Algod&atilde;o e derivados t&ecirc;xteis &ndash; US$ 882 milh&otilde;es (13,1%)
</li>
<li data-start="2253" data-end="2300">
Farelo de soja &ndash; US$ 532 milh&otilde;es (7,9%)
</li>
<li data-start="2301" data-end="2351">
Produtos do cacau &ndash; US$ 433 milh&otilde;es (6,5%)
</li>
<li data-start="2352" data-end="2405">
Caf&eacute; verde e torrado &ndash; US$ 294 milh&otilde;es (4,4%)
</li>
<li data-start="2406" data-end="2445">
Mangas &ndash; US$ 156 milh&otilde;es (2,3%)
</li>
</ul>
A soja se consolidou como o principal item da pauta exportadora, ultrapassando o &oacute;leo combust&iacute;vel. Estimativas apontam uma colheita de 8,61 milh&otilde;es de toneladas em 2025, crescimento de 14,3% em rela&ccedil;&atilde;o ao ano anterior. A &aacute;rea plantada alcan&ccedil;a 2,14 milh&otilde;es de hectares, com rendimento m&eacute;dio de 4,01 toneladas/hectare &ndash; 8,3% acima da safra anterior.
As exporta&ccedil;&otilde;es baianas registraram crescimento de 9,15% entre janeiro e mar&ccedil;o de 2025 em rela&ccedil;&atilde;o ao mesmo per&iacute;odo de 2024. O montante subiu de US$ 1,37 bilh&atilde;o para US$ 1,5 bilh&atilde;o, com embarques destinados a mais de 100 pa&iacute;ses.
O destaque foi o cacau e seus derivados, que tiveram aumento expressivo de 174,43% no per&iacute;odo. O desempenho refor&ccedil;a o potencial do estado em produtos tradicionais, ao mesmo tempo em que diversifica sua pauta de exporta&ccedil;&otilde;es.
<h2 data-start="2823" data-end="2863">Principais destinos das exporta&ccedil;&otilde;es</h2>
A China segue como principal destino do agroneg&oacute;cio baiano, absorvendo 45,88% do total exportado em 2024. Segundo levantamento do Agrostat/Mapa, realizado em 2024, os demais parceiros estrat&eacute;gicos foram:
<ul data-start="3022" data-end="3131">
<li data-start="3022" data-end="3052">
Estados Unidos &ndash; 6,34%
</li>
<li data-start="3053" data-end="3082">
Pa&iacute;ses Baixos &ndash; 4,83%
</li>
<li data-start="3083" data-end="3107">
Alemanha &ndash; 4,39%
</li>
<li data-start="3108" data-end="3131">
Espanha &ndash; 4,21%
</li>
</ul>
Embora a Bahia exporte para mais de 100 pa&iacute;ses, a concentra&ccedil;&atilde;o em poucos grandes parceiros &mdash; especialmente a China &mdash; evidencia tanto o potencial quanto a depend&ecirc;ncia do setor.
<img src="https://lh7-rt.googleusercontent.com/docsz/AD_4nXcvZi4y0ol0lUfrRKbP4Lr8gBwiefzW24GrD3vkWEdt3taur8f0p6FyUclKhZyNCUZjeBaZtimFIMds5p-HmPD8-ZkonLl3Zn5n253g1M48YFQsgoab30eoZbwDvmZlnwSZiVYVhw?key=dvMbeAsjO3OxO-_ZKZdiOg" width="602" height="436">
<h2 data-start="3886" data-end="3929">Papel dos portos e desafios log&iacute;sticos</h2>
A infraestrutura portu&aacute;ria &eacute; fundamental para o escoamento da produ&ccedil;&atilde;o baiana. Dentro da Ba&iacute;a de Todos-os-Santos, a segunda maior do mundo, est&atilde;o tr&ecirc;s portos estrat&eacute;gicos:
<ul data-start="4110" data-end="4540">
<li data-start="4110" data-end="4337">
Porto de Salvador &ndash; foco em cont&ecirc;ineres, bateu recorde em 2024 com 6,6 milh&otilde;es de toneladas movimentadas (41% a mais que em 2023). Parte desse aumento veio do agroneg&oacute;cio, como algod&atilde;o e importa&ccedil;&atilde;o de fertilizantes.
</li>
<li data-start="4338" data-end="4481">
Aratu-Candeias &ndash; especializado em cargas graneleiras e l&iacute;quidas, manteve movimenta&ccedil;&atilde;o de cerca de 6,5 milh&otilde;es de toneladas em 2024.
</li>
<li data-start="4482" data-end="4540">
Ilh&eacute;us &ndash; com destaque para min&eacute;rio, cacau e gr&atilde;os.
</li>
</ul>
Apesar da for&ccedil;a dos portos, a log&iacute;stica rodovi&aacute;ria ainda &eacute; um gargalo. Segundo a CNT, apenas 26,5% das rodovias da Bahia est&atilde;o em boas ou &oacute;timas condi&ccedil;&otilde;es. Esse cen&aacute;rio eleva em m&eacute;dia 32,5% os custos operacionais do transporte rodovi&aacute;rio, prejudicando a competitividade.
A FAEB ainda destaca que a Bahia possui uma infraestrutura log&iacute;stica deficit&aacute;ria, fato que prejudica a competitividade de todos os setores econ&ocirc;micos do Estado. Nossas cargas s&atilde;o quase que integralmente dependentes do transporte rodovi&aacute;rio e de acordo com a pesquisa CNT de Rodovias 2024, a Bahia possui apenas 26,5% em boas ou &oacute;timas condi&ccedil;&otilde;es, situa&ccedil;&atilde;o que eleva o custo operacional dos transportes seja de cargas ou de passageiros. Segundo a pesquisa, em fun&ccedil;&atilde;o da qualidade do pavimento das estradas, o aumento m&eacute;dio no custo operacional do transporte rodovi&aacute;rio no Brasil &eacute; de 32,5%.
<a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/infraestrutura-inseguranca-e-seca-desafios-do-agronegocio-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">A Federa&ccedil;&atilde;o indica que infraestrutura &eacute; um dos setores mais desafiador para &aacute;rea. </a>Destacando que a concentra&ccedil;&atilde;o em modais n&atilde;o &eacute; produtivo para o estado, portanto entendo como necess&aacute;rio investir tanto nas adequa&ccedil;&otilde;es das nossas rodovias, mas tamb&eacute;m como uma pol&iacute;tica de diversifica&ccedil;&atilde;o dos modais de transporte,&nbsp;priorizando as ferrovias (<a href="https://aratuon.com.br/politica/o-que-e-fiol-e-por-que-atraso-em-obras-esta-na-mira-da-al-ba" target="_blank" rel="noopener">exemplo da FIOL </a>e FCA), os acessos aos portos e &agrave;s&nbsp;propriedades rurais.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/6173c3a9-ae81-476e-a2b3-4a2f2c0779a3.jpeg?width=923&amp;height=1003" alt="Exporta&ccedil;&otilde;es do agroneg&oacute;cio baiano: para onde vai a produ&ccedil;&atilde;o do estado?">

O presidente da Federa&ccedil;&atilde;o da Agricultura e Pecu&aacute;ria do Estado da Bahia (FAEB), Humberto Miranda, defendeu em entrevista exclusiva ao Linha de Frente, da Aratu, que os produtores rurais s&atilde;o os verdadeiros respons&aacute;veis pela preserva&ccedil;&atilde;o ambiental no Brasil. Segundo ele, o setor &eacute;, ao mesmo tempo, motor de gera&ccedil;&atilde;o de emprego e renda, al&eacute;m de protagonista na conserva&ccedil;&atilde;o das matas nativas.
&ldquo;Hoje n&oacute;s temos mais de 60% das florestas nativas preservadas dentro das propriedades rurais. Na Bahia, por exemplo, ao comprar uma fazenda de 1.000 hectares, o propriet&aacute;rio precisa manter 20% da &aacute;rea intacta, preservando toda a vegeta&ccedil;&atilde;o nativa. &Eacute; como comprar um apartamento de cinco quartos e deixar um fechado apenas para cuidar e zelar. Isso est&aacute; na legisla&ccedil;&atilde;o e mostra que temos um dos C&oacute;digos Florestais mais r&iacute;gidos do mundo&rdquo;, destacou.
Miranda defendeu que o Brasil assuma uma postura de lideran&ccedil;a em eventos internacionais, como a COP, mostrando ao mundo os &iacute;ndices de preserva&ccedil;&atilde;o e cobertura vegetal do pa&iacute;s. &ldquo;Quando comparamos rios e &aacute;reas preservadas da Europa com as do Brasil, vemos que damos um show em sustentabilidade&rdquo;, afirmou.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/c5917c18-1f4d-4aa2-b737-0e9fa8b8608b.webp?width=1170&amp;height=700" alt="Foto: Fernando Fraz&atilde;o/Ag&ecirc;ncia Brasil">
O presidente ainda rebateu as cr&iacute;ticas relacionadas com altera&ccedil;&otilde;es na legisla&ccedil;&atilde;o sobre o licenciamento ambiental. as recentes mudan&ccedil;as nas regras de licenciamento ambiental. Miranda disse que o impacto n&atilde;o &eacute; de preju&iacute;zo nem de benef&iacute;cio direto, mas de maior agilidade.
<a href="https://aratuon.com.br/politica/pl-da-devastacao-veja-como-votou-cada-deputado-baiano" target="_blank" rel="noopener">O projeto relacionado a Licenciamento chegou a ser classificado como PL da Devasta&ccedil;&atilde;o</a>
&ldquo;Hoje, para construir uma estrada que vai beneficiar milhares de pessoas, os processos ambientais podem levar anos de an&aacute;lise. O que a legisla&ccedil;&atilde;o busca &eacute; dar praticidade, sem flexibilizar o que &eacute; proibido. Se houver risco a nascentes, por exemplo, o pedido continuar&aacute; sendo negado. O que muda &eacute; a rapidez nas respostas, sem retirar direitos da sociedade e sem dar carta branca ao produtor&rdquo;, explicou.
<h2 data-start="2073" data-end="2106">Preocupa&ccedil;&atilde;o com o tarifa&ccedil;o</h2>
Outro tema tratado com preocupa&ccedil;&atilde;o por Humberto Miranda foi o tarifa&ccedil;o, resultado do agravamento das tens&otilde;es comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Para ele, <a href="https://aratuon.com.br/politica/tarifaco-de-trump-sobre-o-brasil-entra-em-vigor-nesta-quarta-feira" target="_blank" rel="noopener">a medida, que entrou em vigor no in&iacute;cio deste m&ecirc;s, </a>pode trazer efeitos devastadores para a economia do estado, afetando empregos, renda e pre&ccedil;os de alimentos, principalmente para os consumidores.
&ldquo;Estamos vendo isso com muita preocupa&ccedil;&atilde;o. A sociedade brasileira, em virtude at&eacute; das narrativas pol&iacute;ticas de um lado a outro, n&atilde;o se atentou para o que isso pode causar na economia da Bahia, no emprego, na renda e na infla&ccedil;&atilde;o que vai bater &agrave; porta, inclusive dos pequenos, que v&atilde;o pagar mais caro nos alimentos&rdquo;, disse Miranda.
O presidente da FAEB explicou que a Bahia &eacute; o segundo maior produtor de frutas do pa&iacute;s, perdendo apenas para S&atilde;o Paulo, e que produtos perec&iacute;veis como manga e uva est&atilde;o sendo colhidos exatamente neste per&iacute;odo:&nbsp;&ldquo;N&atilde;o d&aacute; para voc&ecirc; pedir tempo para daqui dois, tr&ecirc;s, quatro meses colocar no mercado de outros parceiros", destacou.&nbsp;
Miranda ainda criticou o entendimento de que a manga vai ficar mais barata no mercado nacional, o que foi classificado por ele como &lsquo;lei do engano&rsquo;.&nbsp;
"Voc&ecirc; pode achar mais barato rapidamente por uma ou duas semanas, mas a manga est&aacute; em um pre&ccedil;o t&atilde;o baixo que sequer vai ser colhida. N&atilde;o vai chegar ao consumidor, porque o produtor paga para colher, em torno de 20% do pre&ccedil;o do custo, vai ser melhor deixar perder. S&oacute; que a&iacute; vem outro problema, sanit&aacute;rio: quando a fruta fica no p&eacute;, o solo afeta a pr&oacute;xima safra. Por isso eu digo, a gente sabe onde come&ccedil;a, mas n&atilde;o onde termina.&rdquo;
<h2 data-start="2836" data-end="2873">Previs&atilde;o e futuro do agroneg&oacute;cio</h2>
Miranda tamb&eacute;m apontou para uma tend&ecirc;ncia que, segundo ele, pode redefinir a din&acirc;mica social e econ&ocirc;mica do Brasil: um &ecirc;xodo urbano em dire&ccedil;&atilde;o ao interior.
&ldquo;Sou um dos poucos brasileiros que faz essa previs&atilde;o, mas acredito que cada vez mais pessoas v&atilde;o migrar para o interior. Hoje, o campo utiliza ci&ecirc;ncia, tecnologia e inova&ccedil;&atilde;o para gerar emprego. Com a conectividade, &eacute; poss&iacute;vel viver no interior e trabalhar em home office. Isso vai se intensificar&rdquo;, afirmou.
Ele lembrou ainda que o Brasil alimenta cerca de 1 bilh&atilde;o de pessoas em 190 pa&iacute;ses, mas enfrenta o paradoxo da fome interna. &ldquo;Temos os alimentos mais baratos do mundo no mercado internacional, mas ainda h&aacute; brasileiros passando fome. Isso &eacute; resultado da falta de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas&rdquo;, disse.
Apesar dos avan&ccedil;os, <a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/infraestrutura-inseguranca-e-seca-desafios-do-agronegocio-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">o presidente da FAEB apontou gargalos e desafios que ainda prejudicam</a> especialmente os pequenos produtores. Entre eles, a precariedade da energia el&eacute;trica e da conectividade no campo.
&ldquo;N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel manter nem um motor b&aacute;sico para irriga&ccedil;&atilde;o em algumas propriedades. Fora das &aacute;reas urbanas, muitas vezes s&oacute; existe a energia do programa Luz para Todos, que mal sustenta o b&aacute;sico da casa. Al&eacute;m disso, a falta de internet continua sendo um obst&aacute;culo para inclus&atilde;o social e econ&ocirc;mica&rdquo;, completou.
<h3 data-start="3867" data-end="4177">Perspectivas futuras e Tarifa&ccedil;o</h3>
Uma das maiores preocupa&ccedil;&otilde;es do setor atualmente &eacute; o tarifa&ccedil;o, resultado do agravamento das tens&otilde;es comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Para Humberto Miranda, <a href="https://aratuon.com.br/politica/tarifaco-de-trump-sobre-o-brasil-entra-em-vigor-nesta-quarta-feira" target="_blank" rel="noopener">a medida, que entrou em vigor no in&iacute;cio deste m&ecirc;s,&nbsp;</a>pode trazer efeitos devastadores para a economia do estado, afetando empregos, renda e pre&ccedil;os de alimentos, principalmente para os consumidores.
&ldquo;Estamos vendo isso com muita preocupa&ccedil;&atilde;o. A sociedade brasileira, em virtude at&eacute; das narrativas pol&iacute;ticas de um lado a outro, n&atilde;o se atentou para o que isso pode causar na economia da Bahia, no emprego, na renda e na infla&ccedil;&atilde;o que vai bater &agrave; porta, inclusive dos pequenos, que v&atilde;o pagar mais caro nos alimentos&rdquo;, disse Miranda.
O presidente da FAEB explicou que a Bahia &eacute; o segundo maior produtor de frutas do pa&iacute;s, perdendo apenas para S&atilde;o Paulo, e que produtos perec&iacute;veis como manga e uva est&atilde;o sendo colhidos exatamente neste per&iacute;odo: &ldquo;N&atilde;o d&aacute; para voc&ecirc; pedir tempo para daqui dois, tr&ecirc;s, quatro meses colocar no mercado de outros parceiros", destacou.&nbsp;
<a href="https://aratuon.com.br/agronegocio/quem-mais-preserva-meio-ambiente-e-o-produtor-rural-diz-presidente-da-faeb" target="_blank" rel="noopener">Em entrevista ao Linha de Frente, da Aratu, Miranda ainda criticou o entendimento de que a manga vai ficar mais barata no mercado nacional, o que foi classificado por ele como &lsquo;lei do engano&rsquo;.&nbsp;</a>
"Voc&ecirc; pode achar mais barato rapidamente por uma ou duas semanas, mas a manga est&aacute; em um pre&ccedil;o t&atilde;o baixo que sequer vai ser colhida. N&atilde;o vai chegar ao consumidor, porque o produtor paga para colher, em torno de 20% do pre&ccedil;o do custo, vai ser melhor deixar perder. S&oacute; que a&iacute; vem outro problema, sanit&aacute;rio: quando a fruta fica no p&eacute;, o solo afeta a pr&oacute;xima safra. Por isso eu digo, a gente sabe onde come&ccedil;a, mas n&atilde;o onde termina
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/b4f329c5-6fa3-440e-af32-e31d5f43c086.jpg?width=600&amp;height=338" alt="Dr. Humberto Miranda, presidente da Faeb">

Os governos do&nbsp;Brasil e da Indon&eacute;sia&nbsp;acordaram os requisitos sanit&aacute;rios para permitir a&nbsp;exporta&ccedil;&atilde;o de carne bovina com osso, mi&uacute;dos bovinos, produtos c&aacute;rneos e preparados de carne brasileiros para o pa&iacute;s asi&aacute;tico,&nbsp;informou em nota o Minist&eacute;rio da Agricultura nesta ter&ccedil;a-feira (19).
A Indon&eacute;sia &eacute; o quarto pa&iacute;s mais populoso do mundo, com cerca de 283 milh&otilde;es de habitantes, e seu mercado &eacute; considerado estrat&eacute;gico para a prote&iacute;na animal, ressaltou o minist&eacute;rio.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a1347c70-7fa7-4cb9-990d-6281812a2bea.jpg?width=936&amp;height=560" alt="Carne Fabio Rodrigues Pozzebom Ag&ecirc;ncia Brasil">
"O consumo de carne bovina no pa&iacute;s vem crescendo nos &uacute;ltimos anos, impulsionado pelo aumento da renda da popula&ccedil;&atilde;o e pela expans&atilde;o da classe m&eacute;dia urbana", afirmou.
Em 2024 a Indon&eacute;sia importou&nbsp;US$ 4,2 bilh&otilde;es&nbsp;em produtos agropecu&aacute;rios brasileiros, especialmente dos complexos sucroalcooleiro e da soja, fibras e produtos t&ecirc;xteis.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/af4188bc-1d39-426f-aebd-fe14f360e480.jpg?width=936&amp;height=560" alt="Carne Marcello Casal Jr Ag&ecirc;ncia Brasil">
Com este an&uacute;ncio, o agroneg&oacute;cio brasileiro alcan&ccedil;a 402 aberturas de mercado desde o in&iacute;cio de 2023, segundo o minist&eacute;rio.
&nbsp;

O agroneg&oacute;cio baiano enfrenta desafios hist&oacute;ricos que, segundo o presidente da Federa&ccedil;&atilde;o da Agricultura e Pecu&aacute;ria do Estado da Bahia (Faeb), Dr. Humberto Miranda, comprometem o crescimento sustent&aacute;vel e a competitividade da produ&ccedil;&atilde;o. Em entrevista ao Aratu On, elencou os fatores como a seca, a falta de infraestrutura e a inseguran&ccedil;a s&atilde;o pontos cr&iacute;ticos para a &aacute;rea.
O setor foi respons&aacute;vel por 14,3% no primeiro trimestre de 2025, mas ainda &eacute; ref&eacute;m de investimentos e planejamento para lidar com quest&otilde;es b&aacute;sicas.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9184711f-72d5-4203-9e18-547e8f99a0bf.webp?width=1170&amp;height=700" alt=" Infraestrutura, inseguran&ccedil;a e seca: Desafios do agroneg&oacute;cio na Bahia; CNA/ Wenderson Araujo/Trilux">
<h2 data-start="962" data-end="1004">Seguran&ccedil;a jur&iacute;dica e viol&ecirc;ncia no campo</h2>
Um dos maiores obst&aacute;culos apontados &eacute; a inseguran&ccedil;a jur&iacute;dica no campo. Miranda relata que muitos produtores enfrentam situa&ccedil;&otilde;es em que, mesmo ap&oacute;s cumprirem todos os tr&acirc;mites legais na aquisi&ccedil;&atilde;o de terras &mdash; como registros em cart&oacute;rio e pagamento de taxas &mdash;, acabam envolvidos em disputas judiciais anos depois, em raz&atilde;o de erros documentais.
&ldquo;N&atilde;o h&aacute; confian&ccedil;a para investir quando o produtor faz tudo dentro da lei e ainda assim v&ecirc; sua terra questionada judicialmente anos depois&rdquo;, destacou.
Al&eacute;m disso, a viol&ecirc;ncia no campo se tornou um fator que agrava a escassez de m&atilde;o de obra. &ldquo;Hoje, n&atilde;o conseguimos encontrar um vaqueiro que aceite morar na fazenda, justamente pela sensa&ccedil;&atilde;o de inseguran&ccedil;a. Isso compromete o ciclo produtivo e a perman&ecirc;ncia de fam&iacute;lias no interior&rdquo;, completou o presidente da Faeb.
<h2 data-start="1808" data-end="1878">Log&iacute;stica: estradas prec&aacute;rias, ferrovias abandonadas e portos caros</h2>
Outro gargalo que trava o desenvolvimento &eacute; a infraestrutura de transporte. Segundo Miranda, a Bahia sofre com estradas sobrecarregadas e mal conservadas, com altos &iacute;ndices de acidentes, enquanto suas ferrovias est&atilde;o sucateadas. <a href="https://aratuon.com.br/politica/o-que-e-fiol-e-por-que-atraso-em-obras-esta-na-mira-da-al-ba" target="_blank" rel="noopener">A t&atilde;o esperada Ferrovia de Integra&ccedil;&atilde;o Oeste-Leste (Fiol)</a>, que poderia baratear o escoamento da produ&ccedil;&atilde;o, permanece inacabada.
A Fiol &eacute; um dos principais projetos log&iacute;sticos da Bahia, teve as obras do Trecho 1 suspensas ap&oacute;s o rompimento do contrato entre a Bahia Minera&ccedil;&atilde;o (Bamin) e a construtora Prumo Engenharia. A paralisa&ccedil;&atilde;o ocorreu em 1&ordm; de abril, com 75% da constru&ccedil;&atilde;o conclu&iacute;da e investimento de R$ 784 milh&otilde;es. O governo federal mant&eacute;m a expectativa de que o trecho seja conclu&iacute;do at&eacute; 2026, ap&oacute;s o presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva (PT) cobrar agilidade no cronograma.
&ldquo;Precisamos de investimentos s&eacute;rios em ferrovias. Esse &eacute; o caminho mais barato para escoar a produ&ccedil;&atilde;o, mas infelizmente n&atilde;o sai do papel. Enquanto isso, nossas rodovias n&atilde;o s&atilde;o duplicadas e Salvador segue como uma das poucas capitais brasileiras com apenas uma via de entrada e sa&iacute;da&rdquo;, afirmou.
Os portos tamb&eacute;m representam um desafio adicional, com custos de opera&ccedil;&atilde;o considerados elevados em compara&ccedil;&atilde;o a outros estados, o que reduz a competitividade da produ&ccedil;&atilde;o baiana no mercado nacional e internacional.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d73e4d98-b9c3-4cdd-9cf0-fbd1c400c39c.jpg?width=600&amp;height=396" alt="Foto da FIOL: Ag&ecirc;ncia Brasil">
<h2 data-start="2753" data-end="2799">Falta de barragens e conviv&ecirc;ncia com a seca</h2>
No que se refere &agrave; disponibilidade de &aacute;gua, o estado acumula um atraso de duas d&eacute;cadas na constru&ccedil;&atilde;o de barragens, elemento essencial para garantir a produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola em per&iacute;odos de estiagem.
&ldquo;Temos in&uacute;meros rios, mas um n&uacute;mero muito menor de barragens do que estados mais secos, como o Cear&aacute;. &Eacute; inconceb&iacute;vel que em 20 anos n&atilde;o tenhamos investido em um equipamento fundamental para conviver com a seca&rdquo;, disse Miranda.
Em abril, <a href="https://aratuon.com.br/politica/bahia-homologa-situacao-de-emergencia-em-oito-municipios-afetados-pela-seca" target="_blank" rel="noopener">92 munic&iacute;pios do estado j&aacute; estavam em estado de emerg&ecirc;ncia com a situa&ccedil;&atilde;o da estiagem</a>. De acordo com a Superintend&ecirc;ncia de Prote&ccedil;&atilde;o e Defesa Civil (Sudec), a seca vem causando perdas significativas na produ&ccedil;&atilde;o agropecu&aacute;ria e comprometendo o abastecimento de &aacute;gua, sobretudo nas &aacute;reas rurais.&nbsp;
Ele lembra que a seca n&atilde;o deve ser vista como uma fatalidade, mas como um fator a ser enfrentado com planejamento. &ldquo;A seca n&atilde;o &eacute; causa, &eacute; desculpa. Sempre foi usada politicamente no Nordeste. N&atilde;o se combate seca com carro-pipa, mas com pol&iacute;ticas de conviv&ecirc;ncia, investimentos e parcerias p&uacute;blico-privadas. O Vale do S&atilde;o Francisco &eacute; prova disso: mesmo em um territ&oacute;rio extremamente seco, conseguimos produzir gra&ccedil;as ao empreendedorismo. Mas o poder p&uacute;blico precisa assumir sua parte com gera&ccedil;&atilde;o de emprego e renda&rdquo;, ressaltou.
<h2 data-start="3756" data-end="3801">Energia, conectividade e educa&ccedil;&atilde;o no campo</h2>
Os pequenos produtores tamb&eacute;m enfrentam entraves adicionais. De acordo com Miranda, muitos ainda dependem apenas do programa Luz para Todos para ter acesso &agrave; energia, que fornece energia apenas para sobreviv&ecirc;ncia, o b&aacute;sico para casa. O que critica Miranda &eacute; a falta de infraestrutura e apoio em iniciativas para a produ&ccedil;&atilde;o de fato.
<a href="https://aratuon.com.br/politica/assembleia-legislativa-debate-luz-para-todos-e-deputado-cobra-coelba-implantacao-de-3o-fio-ao-programa" target="_blank" rel="noopener">Na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o assunto j&aacute; foi alvo de debate</a>. Na ocasi&atilde;o, o deputado Robinson Almeida (PT) cobrou a implanta&ccedil;&atilde;o de &ldquo;3&ordm; Fio&rdquo; do programa e destacou que embora o "Luz para Todos" tenha beneficiado quase 17 milh&otilde;es de pessoas no Brasil, 716 mil na Bahia, desde a sua cria&ccedil;&atilde;o em 2004, pelo presidente Lula, no estado ainda existem mais de 70 mil resid&ecirc;ncias sem acesso a energia el&eacute;trica, comprometendo o desenvolvimento social, humano e econ&ocirc;mico na zona rural do estado.&nbsp;
A conectividade &eacute; outro gargalo que impede o avan&ccedil;o da moderniza&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola. &ldquo;Hoje, acesso &agrave; internet &eacute; t&atilde;o importante que pode ser considerado o b&aacute;sico. &Eacute; por meio dela que o agricultor acessa cr&eacute;dito, tecnologia, assist&ecirc;ncia t&eacute;cnica e at&eacute; vende sua produ&ccedil;&atilde;o. Sem internet, o campo fica isolado&rdquo;, explicou.
Outro problema grave apontado &eacute; a defici&ecirc;ncia na educa&ccedil;&atilde;o. Para o presidente da Faeb, a forma&ccedil;&atilde;o no campo precisa ir al&eacute;m do b&aacute;sico, se n&atilde;o &eacute; um incentivo ao &ecirc;xodo rural. &ldquo;N&atilde;o d&aacute; mais para trabalhar na agricultura sem qualifica&ccedil;&atilde;o. O m&iacute;nimo exigido hoje &eacute; um curso t&eacute;cnico. Mas enfrentamos problemas s&eacute;rios na educa&ccedil;&atilde;o baiana, o que dificulta a forma&ccedil;&atilde;o de m&atilde;o de obra especializada e afeta a produtividade&rdquo;, pontuou.
<h2 data-start="4741" data-end="4790">Planejamento e pol&iacute;ticas p&uacute;blicas consistentes</h2>
Miranda alerta que, sem planejamento de longo prazo, a Bahia continuar&aacute; perdendo competitividade frente a estados vizinhos e at&eacute; mesmo frente a pa&iacute;ses que enfrentam condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas mais severas, como Argentina, que produz vinho, Israel, com gr&atilde;os, oleaginosas, e Estados Unidos, que possui produ&ccedil;&atilde;o de carne em regi&otilde;es &aacute;ridas.
&ldquo;Se eles conseguem produzir vinho e carne em regi&otilde;es &aacute;ridas, n&oacute;s tamb&eacute;m temos condi&ccedil;&otilde;es de avan&ccedil;ar. Mas &eacute; preciso sair do improviso e criar pol&iacute;ticas p&uacute;blicas consistentes, voltadas para infraestrutura, seguran&ccedil;a e tecnologia. O setor privado sozinho n&atilde;o consegue sustentar essa transforma&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse.
Apesar das dificuldades, o presidente da Faeb destaca a resili&ecirc;ncia do produtor rural baiano, que mesmo diante da inseguran&ccedil;a jur&iacute;dica, dos custos log&iacute;sticos e da falta de apoio p&uacute;blico, continua garantindo alimentos na mesa dos brasileiros e movimentando a economia. O presidente da Faeb citou a produ&ccedil;&atilde;o realizada no Vale de S&atilde;o Francisco, que capitaneada pelo empenho empresarial consegue produzir em regi&otilde;es adversas.
&ldquo;N&atilde;o faltam exemplos de supera&ccedil;&atilde;o no agroneg&oacute;cio baiano. Mas precisamos que o Estado cumpra seu papel, para que a produ&ccedil;&atilde;o n&atilde;o fique apenas ao empres&aacute;rio, mas que toda a popula&ccedil;&atilde;o possa ter condi&ccedil;&otilde;es m&iacute;nimas de vida, o que n&atilde;o acontece no &aacute;rido baiano. O governo precisa oferecer as condi&ccedil;&otilde;es m&iacute;nimas para que o campo seja, de fato, o motor do desenvolvimento que a Bahia precisa&rdquo;, concluiu.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/61d5ac92-4f31-4e34-939b-d2c3aa7d0827.jpg?width=800&amp;height=450" alt="Dr. Humberto Miranda, presidente da Faeb ">

Nesta sexta-feira, 9 de agosto, a pecu&aacute;ria de corte tem um encontro marcado com a gen&eacute;tica de ponta no Leil&atilde;o Virtual Nelore S&atilde;o Roque. <a href="https://www.youtube.com/live/vuJtDY-2f-Q?si=Kw0TSp5y4bgff0KA" target="_blank" rel="noopener">Transmitido ao vivo pelo canal Rancho Leil&otilde;es Oficial no YouTube</a>, o evento oferece uma sele&ccedil;&atilde;o criteriosa de touros da ra&ccedil;a Nelore Padr&atilde;o e Mocho.
Al&eacute;m da organiza&ccedil;&atilde;o da Nelore S&atilde;o Roque, o leil&atilde;o conta com apoio dos convidados: Nelore Fazenda S&atilde;o Francisco, Nelore Itagib&aacute;, Fazenda Gramado e Agropecu&aacute;ria Poliana. Os cinco criat&oacute;rios juntos conseguem garantir um total de 30 lotes com oferta de excel&ecirc;ncia gen&eacute;tica.
"O Leil&atilde;o Nelore S&atilde;o Roque e convidados geram uma oportunidade de garantir reprodutores que v&atilde;o proporcionar um desenvolvimento gen&eacute;tico, no pecuarista e na pecu&aacute;ria baiana", destacou Ricardo Vieira do Criat&oacute;rio Nelore S&atilde;o Roque, em entrevista ao Aratu On.
<a href="https://aratuon.com.br/geral/o-demonio-do-agro-nao-esta-na-biblia-esta-na-midia" target="_blank" rel="noopener">+ O dem&ocirc;nio do agro n&atilde;o est&aacute; na B&iacute;blia; est&aacute; na m&iacute;dia</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/f4ca91fa-3dca-4873-9ec6-bb12471b3f08.jpeg?width=800&amp;height=700" alt="Reprodu&ccedil;&atilde;o/Instagram/ @neloresaoroque">
<h3 dir="ltr">Touros de destaque comprovados</h3>
Atrav&eacute;s do exame androl&oacute;gico realizado aos 14 meses, o criat&oacute;rio Nelore S&atilde;o Roque ainda garante algumas caracter&iacute;sticas gen&eacute;ticas.
"Nelore S&atilde;o Roque &eacute; um criat&oacute;rio que busca melhoramento gen&eacute;tico que busca o melhoramento gen&eacute;tico para caracter&iacute;sticas gen&eacute;ticas de impacto econ&ocirc;mico ao pecuarista. Essas caracter&iacute;sticas s&atilde;o a evolu&ccedil;&atilde;o da carca&ccedil;a, ou seja um aumento proporcional da carne que pode ser comercializada, e a precocidade sexual. Este segundo ponto, relaciona com quando esses animais v&atilde;o come&ccedil;ar a reproduzir. Logo, as filhas desses touros v&atilde;o produzir bezerros mais novos, favorecendo um retorno econ&ocirc;mico maior", explicou.
Vieira ainda destacou que os animais que v&atilde;o ao leil&atilde;o s&atilde;o menos calmos e mansos, essa &eacute; uma caracter&iacute;stica incomum na ra&ccedil;a. Todas as caracter&iacute;sticas citadas apresentam alta transmiss&atilde;o heredit&aacute;ria para seus filhos, o que garante grande retorno aos criadores.
"Essa alta transmiss&atilde;o heredit&aacute;ria do temperamento e da precocidade sexual &eacute; de em torno 60% de efic&aacute;cia. Destaco ainda que o temperamento &eacute; importante porque facilita o manejo do animal, dificulta que os animais se acidentem, e os animais que s&atilde;o mais calmos eles se relacionam com aumento do ganho de peso", acrescentou.&nbsp;
Direto de Ipia&uacute;, no interior da Bahia, os lotes apresentados chamam aten&ccedil;&atilde;o por reunir animais jovens, com at&eacute; 22 meses de idade, peso m&eacute;dio acima de 600 kg e Circunfer&ecirc;ncia Escrotal (CE) entre 35 e 39 cm. Muitos dos exemplares possuem DEPs (Diferen&ccedil;as Esperadas na Prog&ecirc;nie) com &iacute;ndices elevados em caracter&iacute;sticas como ganho de peso, precocidade e acabamento de carca&ccedil;a.
Al&eacute;m da alta performance zoot&eacute;cnica, os touros contam com o selo REM Garantido, assegurando a proced&ecirc;ncia e o padr&atilde;o gen&eacute;tico dos animais. &ldquo;&Eacute; uma oportunidade para pecuaristas que buscam reprodutores eficientes, com gen&eacute;tica comprovada e adaptados &agrave;s condi&ccedil;&otilde;es do Brasil&rdquo;, destaca a equipe organizadora.
<a href="https://drive.google.com/file/d/1fOUQrsozYJA8Sm_6iCzg2NqmKaFe5myh/view?usp=sharing" target="_blank" rel="noopener">Veja o cat&aacute;logo do Leil&atilde;o</a>
<a href="https://www.instagram.com/neloresaoroque?igsh=MWl5cnc3eGxza21xdA==" target="_blank" rel="noopener">Acesse ao Instagram da Nelore S&atilde;o Roque e saiba mais</a>
<h3 dir="ltr">Leil&atilde;o Nelore S&atilde;o Roque: condi&ccedil;&otilde;es especiais e frete facilitado</h3>
O leil&atilde;o tamb&eacute;m se destaca pelas condi&ccedil;&otilde;es de pagamento facilitadas: s&atilde;o 30 parcelas, sendo as duas primeiras &agrave; vista e o restante por boletos mensais. Compradores ainda podem contar com frete gratuito sob consulta, uma estrat&eacute;gia que amplia o alcance do evento para outras regi&otilde;es do pa&iacute;s.
A condu&ccedil;&atilde;o dos lances fica por conta da Rancho Leil&otilde;es, que atua como intermedi&aacute;ria das transa&ccedil;&otilde;es, oferecendo suporte t&eacute;cnico e log&iacute;stico. De acordo com o regulamento, os vendedores s&atilde;o respons&aacute;veis pela emiss&atilde;o da GTA (Guia de Tr&acirc;nsito Animal) e a entrega dos animais poder&aacute; ocorrer em at&eacute; 30 dias para quem optar pelo frete gr&aacute;tis.
<a href="https://aratuon.com.br/geral/bahia-ganha-destaque-na-criacao-de-bovinos-nelore-e-raca-predominante" target="_blank" rel="noopener">+ Bahia ganha destaque na cria&ccedil;&atilde;o de bovinos; Nelore &eacute; ra&ccedil;a predominante</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/55c1a754-4484-4a77-ad0f-47d0d371256e.jpeg?width=1170&amp;height=645" alt="Reprodu&ccedil;&atilde;o/ Instagram / @neloresaoroque">

Evento mais aguardado do ano para os amantes de caf&eacute;s especiais - e de todo universo sensorial que a bebida traz -, o Festival Baiano de Caf&eacute;s 2025 j&aacute; est&aacute; com ingressos &agrave; venda. O festival vai ocorrer nos dias 16 e 17 de agosto, no Trapiche Barnab&eacute;, em Salvador. Dispon&iacute;vel no Sympla, a partir desta quinta-feira (24), a entrada custa R$ 30 e o passaporte para os dois dias R$ 55.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/f737651c-bffe-4ee3-b847-dc1d0c9e53a0.jpg?width=1280&amp;height=720" alt="Festival Baiano De Caf&eacute;s Inicia Venda De Ingressos Para Edi&ccedil;&atilde;o 2025"> &nbsp; &ldquo;Ser&aacute; uma experi&ecirc;ncia que vai al&eacute;m da x&iacute;cara. A inten&ccedil;&atilde;o do festival &eacute; atrair profissionais do setor, imprensa, baristas, produtores, consumidores e apoiadores da causa cafeeira para uma grande conex&atilde;o imersiva sobre o futuro que podemos construir, juntos, para este setor. Sobretudo, neste momento econ&ocirc;mico de tantas incertezas no mercado nacional e internacional&rdquo;, revelou Brenda Matos, especialista em caf&eacute;s de qualidade e organizadora do evento.
Brenda, que j&aacute; co-produziu outros eventos relacionados, a exemplo das primeiras edi&ccedil;&otilde;es da Feira Baiana de Caf&eacute;s Especiais, em 2023 e 2024, e a SSA Coffee Session, explica que, este ano, &lsquo;O Futuro do Caf&eacute;&rsquo; ser&aacute; o tema central do festival, com abordagens sobre a sustentabilidade, inova&ccedil;&atilde;o, consumo, empreendedorismo e territ&oacute;rio.&nbsp;
&ldquo;Ser&aacute; um espa&ccedil;o para provocar reflex&otilde;es, conex&otilde;es e dar voz a quem constr&oacute;i o futuro do caf&eacute;&rdquo;, refor&ccedil;ou. A organizadora listou ainda que, al&eacute;m dos 70 expositores e da aprecia&ccedil;&atilde;o da bebida e dos seus combinados gustativos, a edi&ccedil;&atilde;o 2025 vai facilitar a forma&ccedil;&atilde;o e qualifica&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica profissional de quem atua no segmento.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/8e96f40b-aa35-4aa6-b548-c848e155c611.jpg?width=2918&amp;height=1851" alt="Festival Baiano De Caf&eacute;s 2025 Tem Ingressos &Agrave; Venda a Partir Desta Quinta Feira (24); Evento Acontece Nos Dias 16 E 17 De Agosto, Em Salvador">
&ldquo;Nossa estrutura vai conectar degusta&ccedil;&atilde;o dos caf&eacute;s produzidos na Bahia &agrave; harmoniza&ccedil;&atilde;o com culin&aacute;ria artesanal e autoral, drinks com caf&eacute; ou matcha e o universo das microtorrefa&ccedil;&otilde;es, cafeterias e cooperativas. Num s&oacute; lugar, vamos juntar m&uacute;sica com batidas tropicais, expertise dos produtores locais e palestras que v&atilde;o aquecer o cora&ccedil;&atilde;o dos amantes do setor cafeinado&rdquo;, prometeu.
<h3>SERVI&Ccedil;O</h3>
O qu&ecirc;? Festival Baiano de Caf&eacute;s 2025 Onde? Trapiche Barnab&eacute; &middot; Salvador &ndash; BA Quando? 16 e 17 de agosto de 2025 Hora? A partir das 13h Pre&ccedil;o? R$ 30 | Passaporte (2 dias) R$ 55 Vendas? Sympla: <a href="https://bit.ly/3ITiQb6" target="_blank" rel="noopener">https://bit.ly/3ITiQb6</a>

Em dias de calor intenso, o risco de desidrata&ccedil;&atilde;o e queimaduras solares aumenta, de modo que &eacute; preciso beber bastante &aacute;gua e refor&ccedil;ar a prote&ccedil;&atilde;o solar. Com as plantas, n&atilde;o seria diferente. Pensando na adapta&ccedil;&atilde;o da agricultura &agrave;s mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu&aacute;ria (Embrapa) de Cruz das Almas (BA) est&atilde;o desenvolvendo um protetor solar para plantas.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a7d530be-e772-470f-9b5b-0f39da010d72.jpg?width=900&amp;height=642" alt="Protetor solar para plantas &eacute; estudado em diversos cultivos desde 2021. Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o / Embrapa">
&ldquo;Quando a gente aplica esse protetor solar, ocorrem algumas mudan&ccedil;as na fisiologia da planta. Ela sente menos calor, menos sede e fica mais confort&aacute;vel no ambiente, mesmo que esteja com altas temperaturas e um pouco menos de &aacute;gua. Ent&atilde;o ela vai conseguir produzir do mesmo jeito. &Eacute; uma tecnologia que ajuda a adapta&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explica Francisco Laranjeira, doutor em Fitopatologia e chefe-geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura.
O produto, nomeado de Sombryt BR, ainda est&aacute; na fase de testes e est&aacute; sendo desenvolvido em parceria com a empresa de biofertilizantes Litho Plant, do Esp&iacute;rito Santo. Trata-se de um fertilizante mineral &agrave; base de carbonato de c&aacute;lcio, que forma uma esp&eacute;cie de pel&iacute;cula invis&iacute;vel sobre a planta, protegendo-a contra a radia&ccedil;&atilde;o solar e reduzindo a perda de &aacute;gua. Em testes realizados em todo o Pa&iacute;s, o protetor reduziu at&eacute; 20% os danos f&iacute;sicos aos frutos.
Engenheiro agr&ocirc;nomo, Francisco Laranjeira assegura que o protetor solar para plantas poder&aacute; ser utilizado em cultivos org&acirc;nicos, al&eacute;m dos tradicionais. &ldquo;Existem determinados compostos qu&iacute;micos que s&atilde;o aceitos para a produ&ccedil;&atilde;o org&acirc;nica. Ou seja, s&atilde;o aqueles compostos qu&iacute;micos que s&atilde;o praticamente inertes. Ou eles v&atilde;o ser lavados pela chuva em algum momento e n&atilde;o v&atilde;o estar no fruto que a gente vai consumir, ou simplesmente n&atilde;o fazem mal nenhum&rdquo;.
<a href="https://aratuon.com.br/entretenimento/sabe-o-que-e-gastronomia-agroflorestal-chef-de-cozinha-explica">+ Sabe o que &eacute; gastronomia agroflorestal? Chef de cozinha explica</a>
<h2>Como &eacute; a a&ccedil;&atilde;o do protetor solar para plantas?</h2>
Maur&iacute;cio Coelho, pesquisador &agrave; frente do estudo, demarca dois benef&iacute;cios da aplica&ccedil;&atilde;o do protetor solar: o aumento da resili&ecirc;ncia da planta e a preven&ccedil;&atilde;o do dano f&iacute;sico a folhas e frutos. O primeiro aspecto melhora a efici&ecirc;ncia da fotoss&iacute;ntese da planta, que se torna mais produtiva, apesar do calor. J&aacute; o segundo, evita a perda do valor comercial do fruto, devido &agrave; preserva&ccedil;&atilde;o de seu aspecto.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/fc2e0c05-b970-4680-a211-8d8eb1debd1e.jfif?width=900&amp;height=642" alt="No Esp&iacute;rito Santo, drones est&atilde;o sendo utilizados para aplica&ccedil;&atilde;o do produto. Foto: Litho Plant">
&ldquo;O produto melhora o balan&ccedil;o energ&eacute;tico da planta, tornando-a mais eficiente no uso de &aacute;gua e na realiza&ccedil;&atilde;o de trocas gasosas, o que resulta em maior resili&ecirc;ncia e produtividade&rdquo;, explica o agr&ocirc;nomo, doutor em irriga&ccedil;&atilde;o e drenagem.
O protetor solar para plantas foi utilizado no estudo para tese de doutorado do engenheiro-agr&ocirc;nomo Valb&eacute;rio dos Santos, defendida na Universidade Federal do Rec&ocirc;ncavo da Bahia (UFRB). Ele observou a atua&ccedil;&atilde;o do produto em sistemas de irriga&ccedil;&atilde;o plena, irriga&ccedil;&atilde;o com d&eacute;ficit moderado e aus&ecirc;ncia de irriga&ccedil;&atilde;o, com resultados positivos em todas as circunst&acirc;ncias.
&ldquo;Foi bem interessante o resultado, principalmente na condi&ccedil;&atilde;o de sequeiro, chegando a 17% o aumento de produtividade, apesar de o produto ter influenciado nos tr&ecirc;s tratamentos. Identificamos uma melhoria nos indicadores fisiol&oacute;gicos da planta, que permaneceram mais est&aacute;veis, e tamb&eacute;m na qualidade do fruto em si&rdquo;, descreve dos Santos.
<a href="https://aratuon.com.br/interior/pesquisa-detecta-contaminacao-de-mel-vendido-na-bahia">+ Pesquisa detecta contamina&ccedil;&atilde;o de mel vendido na Bahia</a>
<h2>Pesquisas sobre adapta&ccedil;&atilde;o de sistemas agroalimentares a mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas</h2>
Francisco Laranjeira afirma que, h&aacute; 50 anos, quando a Embrapa Mandioca e Fruticultura foi implantada em Cruz das Almas, n&atilde;o havia uma percep&ccedil;&atilde;o sobre mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas, mas que j&aacute; havia uma preocupa&ccedil;&atilde;o em adaptar os sistemas de produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola a climas extremos, a exemplo da seca. &ldquo;N&atilde;o &eacute; de hoje que fazemos trabalhos relacionados, por exemplo, &agrave; adapta&ccedil;&atilde;o da mandioca a situa&ccedil;&otilde;es de maior d&eacute;ficit h&iacute;drico&rdquo;, diz.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4112f7fb-526b-41dd-be14-1da616428d18.jfif?width=1280&amp;height=960" alt="Em 2025, Embrapa completa 50 anos na Bahia, com a unidade Mandioca e Fruticultura. Foto: L&eacute;a Cunha">
O chefe-geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura tamb&eacute;m menciona a variedade de banana desenvolvida pela empresa de pesquisa, chamada BRS Princesa, que precisa de 30% menos &aacute;gua para ser cultivada em per&iacute;metros irrigados e tem capacidade para ser cultivada em mais regi&otilde;es sem que haja irriga&ccedil;&atilde;o, em compara&ccedil;&atilde;o &agrave; banana prata e &agrave; banana nanica.
Laranjeira explica que o clima tamb&eacute;m afeta a ocorr&ecirc;ncia ou n&atilde;o de pragas e doen&ccedil;as. Enquanto climas secos propiciam a prolifera&ccedil;&atilde;o de insetos, a umidade torna o ambiente adequado para fungos, de modo que os pesquisadores podem trabalhar com mecanismos de melhoramento preventivo.
&ldquo;O que significa isso? Que os trabalhos de busca de plantas resistentes, s&atilde;o feitos at&eacute; antes das pragas chegarem. Isso &eacute; hist&oacute;rico e j&aacute; deu grandes resultados para o Brasil. Um exemplo cl&aacute;ssico &eacute; uma doen&ccedil;a chamada sigatoka negra, causada por um fungo [Mycosphaerella fijiensis], e n&atilde;o existia no Brasil. Quando esse fungo chegou, pelo norte do pa&iacute;s, j&aacute; existiam variedades desenvolvidas pela Embrapa resistentes a esse fungo", detalha o pesquisador.
Pesquisas como essas propiciam a preserva&ccedil;&atilde;o dos cultivos e o aumento da disponibilidade e do acesso aos alimentos, combatendo o crescimento da inseguran&ccedil;a alimentar. Apesar de, na Am&eacute;rica Latina e no Caribe, por exemplo, o&nbsp;<a href="https://www.fao.org/americas/publicaciones/panorama/pt" target="_blank" rel="noopener">Panorama Regional de Seguran&ccedil;a Alimentar e Nutri&ccedil;&atilde;o 2024</a> ter registrado queda nos &iacute;ndices de subalimenta&ccedil;&atilde;o, as Na&ccedil;&otilde;es Unidas fazem um chamado para acelerar as a&ccedil;&otilde;es que fortalecem a resili&ecirc;ncia dos sistemas agroalimentares.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a39d8ee8-659b-4165-8ec9-c4c8dfb659f1.avif?width=984&amp;height=1312" alt="Bananeira com Sigatoka Negra. Foto: Foto: IMA/Divulga&ccedil;&atilde;o">
De acordo com o estudo, os &iacute;ndices de subalimenta&ccedil;&atilde;o na Am&eacute;rica Latina e no Caribe ca&iacute;ram de 6,6% em 2022 para 6,2% em 2023, o que significa que 2,9 milh&otilde;es de pessoas deixaram de passar fome na regi&atilde;o. Contudo, o Panorama destaca que eventos clim&aacute;ticos extremos e variabilidade clim&aacute;tica amea&ccedil;am estas conquistas, pois colocam em risco a seguran&ccedil;a alimentar de 74% dos pa&iacute;ses observados.
O relat&oacute;rio ainda mostra que a regi&atilde;o estudada possui custo mais elevado para uma dieta saud&aacute;vel em compara&ccedil;&atilde;o a outras partes do mundo, chegando a 4,56 d&oacute;lares com paridade do poder de compra (PPC) por pessoa ao dia, enquanto a m&eacute;dia global &eacute; de 3,96 d&oacute;lares PPC. Desse modo, menos pessoas latino americanas e caribenhas t&ecirc;m acesso a este tipo de alimenta&ccedil;&atilde;o. O relat&oacute;rio &eacute; um trabalho conjunto da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Alimenta&ccedil;&atilde;o e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agr&iacute;cola (FIDA), da Organiza&ccedil;&atilde;o Pan-Americana da Sa&uacute;de/Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OPS/OMS), do Fundo das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Inf&acirc;ncia (UNICEF) e do Programa Mundial de Alimentos das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (WFP, na sigla em ingl&ecirc;s).&nbsp;
Al&eacute;m de combater &agrave;s mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas, a urg&ecirc;ncia das Na&ccedil;&otilde;es Unidas &eacute; tornar sistemas agroalimentares resilientes, para que dietas saud&aacute;veis se tornem acess&iacute;veis, de modo que a fome, a inseguran&ccedil;a alimentar e a desnutri&ccedil;&atilde;o sejam combatidas. Leia mais: <a href="https://aratuon.com.br/geral/embrapa-desenvolve-sensor-que-avalia-grau-de-maturacao-de-frutas">Embrapa desenvolve sensor que avalia grau de matura&ccedil;&atilde;o de frutas</a>

O primeiro dia da Bahia Farm Show 2025 teve in&iacute;cio nesta segunda-feira (9) com a missa solene celebrada na Capela Nossa Senhora de Lourdes, localizada na Pra&ccedil;a Central do complexo da feira, em Lu&iacute;s Eduardo Magalh&atilde;es. A celebra&ccedil;&atilde;o, conduzida pelo bispo diocesano Dom Moacy Arantes, contou com a participa&ccedil;&atilde;o dos padres M&aacute;rio Correia da Silva, R&aacute;rison Milhomens Guedes e Daniel Luiz Pereira dos Santos, reunindo expositores, visitantes e representantes das principais entidades do agroneg&oacute;cio da regi&atilde;o.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/7ff3e01a-efc6-43ae-a119-59be046bb90c.jpg?width=1280&amp;height=856" alt="Missa Solene Recepciona Visitantes No Primeiro Dia Da Bahia Farm Show 2025">
+<a href="https://aratuon.com.br/economia/bahia-farm-show-2025-comeca-com-novidades-em-infraestrutura" target="_blank" rel="noopener">Bahia Farm Show 2025 come&ccedil;a com novidades em infraestrutura</a>
A cerim&ocirc;nia marcou o in&iacute;cio das atividades da maior feira de tecnologia agr&iacute;cola do Norte e Nordeste do Brasil, que espera receber mais de 100 mil visitantes com o fechamento de bons neg&oacute;cios. Participaram da missa solene o presidente da Bahia Farm Show e da Associa&ccedil;&atilde;o de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Mois&eacute;s Schmidt, a presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Baiana dos Produtores de Algod&atilde;o (Abapa), Alessandra Zanotto, al&eacute;m de membros da diretoria da Aiba e de outras institui&ccedil;&otilde;es do setor.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/42f762a8-ca7e-4265-95da-685fdbb42f05.jpg?width=1228&amp;height=822" alt="Missa">
+<a href="https://aratuon.com.br/grupo-aratu/aratu-noticias-tera-estudio-no-bahia-farm-show-veja-programacao" target="_blank" rel="noopener">'Aratu Not&iacute;cias' ter&aacute; est&uacute;dio no Bahia Farm Show; veja programa&ccedil;&atilde;o</a>
Mois&eacute;s Schmidt destacou o papel da f&eacute;, da uni&atilde;o e da inova&ccedil;&atilde;o no fortalecimento do agroneg&oacute;cio regional. &ldquo;Expresso minha sincera gratid&atilde;o a Dom Moacir Arantes por conduzir este momento de reflex&atilde;o e ben&ccedil;&atilde;o que inicia mais uma edi&ccedil;&atilde;o da nossa feira. Que esta celebra&ccedil;&atilde;o inspire para mais um ano de sucesso da Bahia Farm Show&rdquo;, afirma. Com o tema &ldquo;Agro Inteligente, Futuro Sustent&aacute;vel&rdquo;, a programa&ccedil;&atilde;o da feira agr&iacute;cola segue at&eacute; s&aacute;bado (14) com palestras e demonstra&ccedil;&otilde;es de tecnologias agr&iacute;colas voltadas para o homem do campo.
<h3>Aratu Not&iacute;cias na Bahia Farm Show 2025</h3>
Nesta segunda-feira (9), o Aratu Not&iacute;cias, da TV Aratu,&nbsp;ter&aacute; uma cara diferente: hoje, o programa ser&aacute; apresentado pelo jornalista Pablo Reis diretamente do&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/economia/seagri-transfere-sede-para-a-bahia-farm-show" target="_blank" rel="noopener">Bahia Farm Show 2025</a>, uma das maiores feiras de tecnologia agr&iacute;cola e neg&oacute;cios do pa&iacute;s.&nbsp;
A TV Aratu ter&aacute; um est&uacute;dio pr&oacute;prio no evento, que deve receber cerca de 100 mil visitantes ao longo dos seis dias de programa&ccedil;&atilde;o. L&aacute;, ser&atilde;o feitas entrevistas ao vivo com especialistas e visitantes, com muita informa&ccedil;&atilde;o sobre as novidades do agroneg&oacute;cio no estado. Al&eacute;m do programa, voc&ecirc; pode conferir a cobertura completa Bahia Farm Show nas redes sociais do Grupo Aratu e no&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/" target="_blank" rel="noopener">Aratu On</a>.
O programa Linha de Frente, da r&aacute;dio Antena 1, tamb&eacute;m ser&aacute; gravado durante o evento.&nbsp;O Aratu Not&iacute;cias &eacute; exibido de segunda a sexta-feira, das 19h15 &agrave;s 19h45, sob o comando de Pablo Reis.
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