Economia da Bahia: principais setores, desafios e oportunidades em 2025

Economia da Bahia é maior do Nordeste; estado diversifica base produtiva em agronegócio, turismo em alta e aposta em energias renováveis, mas ainda enfrenta desafios como desemprego, informalidade e desigualdades regionais

Por Matheus Caldas.

A economia da Bahia vem passando por transformações significativas nos últimos anos. Tradicionalmente marcada pela força do cacau e do petróleo, hoje o estado diversifica as bases produtivas com destaque para turismo, agropecuária, indústria de alimentos e bebidas, economia criativa e, cada vez mais, a energia renovável, são riquezas que sustentam a economia baiana.

Dados da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA) e da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apontam que esta combinação de setores tem impulsionado a geração de emprego, renda e oportunidades em todas as regiões do estado.

Riquezas que sustentam a economia

Agropecuária e cacau de qualidade

Se por um lado a agricultura baiana hoje se apoia fortemente nas lavouras de soja, algodão e milho do Oeste, por outro o cacau ressurge como produto de qualidade na perspectiva da economia da Bahia. Após a devastação provocada pela vassoura-de-bruxa nos anos 1980 e 1990, o cultivo perdeu protagonismo. Atualmente, o cacau representa 5,4% do valor total da produção agrícola, segundo a SEI, mas ainda mantém peso simbólico e econômico.

A Bahia responde por 47% da produção nacional de cacau em toneladas, praticamente empatada com o Pará. A produção, no entanto, não supre toda a demanda do parque industrial local, que precisa importar o grão, sobretudo da África. Apesar deste cenário, municípios do Sul do estado, como Ilhéus, Uruçuca e Ibirapitanga, vêm se destacando pela produção de amêndoas finas, voltadas para chocolates premium, o que fortalece o posicionamento do estado em nichos de maior valor agregado.

Cultivo de cacau tem importância histórica na economia da Bahia | Foto: Reprodução/TV Brasil

Turismo em expansão

O turismo é um dos principais vetores que sustentam a economia da Bahia. De acordo com a Setur, entre janeiro e maio de 2025, o volume das atividades turísticas na Bahia cresceu 10,7% em comparação ao mesmo período de 2024, resultado superior à média nacional de 7%. Apenas em julho, o estado recebeu 15,6 mil visitantes estrangeiros, um aumento de 54% sobre o mesmo mês de 2024, enquanto o Brasil cresceu 41,9%.

O setor representa cerca de 3,2% da economia estadual, segundo a SEI, e engloba uma ampla cadeia produtiva que vai da hotelaria e gastronomia ao comércio, transporte e serviços de apoio. Além do impacto direto na geração de renda, investimentos em infraestrutura turística também reverberam em áreas como transporte e logística, beneficiando toda a economia.

O desempenho se reflete nas grandes festas populares. O Carnaval de 2025 atraiu 3,5 milhões de turistas e movimentou R$ 7 bilhões, superando os números de 2024. Já o São João registrou 1,8 milhão de visitantes, com injeção de R$ 2,3 bilhões na economia, também acima das marcas históricas do ano anterior.

Turismo tem participação importante na economia da Bahia | Foto: Alfredo Filho/Secom

Potencial diversificado de atrativos

A Bahia se organiza em 13 zonas turísticas, que combinam patrimônio histórico, manifestações culturais, praias paradisíacas e belezas naturais. Salvador concentra a maior parte da movimentação, mas outros polos ganham relevância, como a Costa do Descobrimento, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, a Chapada Diamantina e o Vale do São Francisco, que fortalece o enoturismo no estado.

O Centro Histórico de Salvador, reconhecido como patrimônio mundial pela Unesco, continua sendo um dos principais cartões-postais, mesclando história, gastronomia e música. Já destinos como Morro de São Paulo, Praia do Forte e Itacaré ampliam a presença da Bahia no mapa internacional do turismo.

Petróleo, gás e refino

A Bahia também tem uma relação histórica com a produção de petróleo. O Recôncavo Baiano foi o berço da exploração no Brasil, e em 1969 o estado chegou a registrar uma produção média de 142 mil barris por dia. Atualmente, no entanto, a produção caiu para menos de 40 mil barris/dia, em função do esgotamento dos campos tradicionais.

Mesmo com essa redução, a Bahia ainda ocupa a quinta posição nacional, com 0,58% da produção brasileira. Já o refino mantém peso expressivo: em 2024, o setor representou 6,3% do valor adicionado da economia baiana. A antiga Refinaria Landulfo Alves, privatizada em 2021 e hoje Mataripe, registrou avanço de 4,2% na produção de derivados, puxada pelo óleo diesel, querosene de aviação e gasolina.

No gás natural, a Bahia foi pioneira, mas viu sua produção cair 26,2% em 2024. Ainda assim, o insumo continua fundamental para o polo petroquímico de Camaçari e para a indústria de fertilizantes.

Foto: Refinaria de Mataripe

Indústria e economia criativa

A indústria baiana é diversificada, com destaque para o setor petroquímico, papel e celulose, alimentos e bebidas. Mas um campo que vem ganhando peso é a economia criativa, que já responde por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, segundo a SEI.

Esse segmento envolve desde as artes e o audiovisual até a moda, o design e a música, tradicional marca da Bahia no cenário nacional e internacional. Pela transversalidade, a economia criativa dialoga com o turismo e contribui para ampliar a geração de empregos e o fortalecimento de cadeias produtivas.

Energia renovável como aposta de futuro

A transição energética também está no radar. A Bahia já é uma das líderes em geração de energia eólica e solar no país e começa a se preparar para a introdução do hidrogênio verde como alternativa sustentável de longo prazo. Esse movimento reforça o papel do estado como protagonista em fontes renováveis e atrai novos investimentos para o setor.

Economia em transformação

Para o diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira, a economia baiana se apoia numa base diversificada. O dirigente destaca as indústrias de refino, petroquímica, alimentos e papel e celulose, além da agropecuária, com ênfase em soja, algodão e milho. “Esse conjunto, somado ao crescimento da energia renovável e à expectativa do hidrogênio verde, coloca a Bahia em posição estratégica no cenário nacional”, analisa, em entrevista ao Aratu On.

Ferreira também diz que, embora o cacau tenha pedido relevância, outros setores “seguem como pilares” na economia nacional. “Ao mesmo tempo, o turismo, a economia criativa e o setor de petróleo e gás seguem como pilares que, juntos, impulsionam geração de emprego, renda e inovação, reforçando a vocação plural da economia baiana”, pontua.

Energia eólica é aposta para economia da Bahia | Foto: Feijão Almeida/GOVBA

Desemprego: avanços pontuais em meio a desafios estruturais

O desemprego na Bahia apresenta sinais de melhora, com queda para 9,1% no segundo trimestre de 2025, mas o cenário ainda é marcado por alta informalidade, salários baixos e desafios estruturais que dificultam a atração de investimentos e a consolidação de empregos de qualidade.

A Bahia registrou, no segundo trimestre de 2025, a menor taxa de desocupação para o período desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. Os dados divulgados pelo IBGE em 15 de agosto apontam que o índice caiu de 11,1% no primeiro trimestre para 9,1% no segundo trimestre. Apesar disto, a Bahia é o segundo estado com o pior índice do país.

A variação representou a saída de 128 mil pessoas da situação de desocupação, passando de 776 mil no início do ano para 648 mil entre abril e junho. Paralelamente, o número de ocupados (empregados) aumentou 3,4% frente ao trimestre anterior, o que significa 214 mil pessoas a mais no mercado de trabalho. Na comparação com o mesmo período de 2024, o crescimento foi ainda mais expressivo: 406 mil ocupados a mais, representando alta de 6,7% no total de pessoas em atividade no estado.

Apesar dos avanços, especialistas ponderam que a Bahia segue em posição delicada no cenário nacional. Doutor em Ciências Econômicas, Antonio Carvalho avalia que os números positivos não eliminam a gravidade do problema. “A evolução nas taxas de desocupação, tanto da Bahia quanto de Salvador, embora seja positiva, quando analisamos a posição do estado e do município no cenário nacional, o que podemos concluir é que essa evolução nos deixa em situação ‘menos pior’, pois a posição ainda é incômoda, preocupante, entristecedora”, afirmou.

Salvador seguiu o mesmo ritmo da Bahia e atingiu a menor taxa de desemprego da história da cidade. Apesar disto, tem o terceiro pior salário médio entre as capitais brasileiras.

Juventude e informalidade

O cenário do emprego na Bahia é fortemente marcado pela informalidade. A taxa no segundo trimestre de 2025 foi de 52,3%, representando 3,375 milhões de pessoas ocupadas de forma informal. Em comparação ao mesmo período de 2024, houve crescimento de 11,5%.

Esse dado mostra que, embora a ocupação tenha aumentado, boa parte das novas vagas não garante direitos trabalhistas ou estabilidade para os trabalhadores. O problema afeta de maneira mais intensa os jovens, mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Segundo a Setre, os altos índices estão ligados a fatores estruturais, como a predominância de setores de baixa produtividade, os níveis de escolaridade, a concentração da população em áreas rurais e as características históricas do mercado de trabalho nordestino.

Carvalho alerta que o desemprego e a informalidade geram um ciclo negativo. “Desemprego ou desocupação representa, na prática, pessoas sem renda, e pessoas sem renda alimentam um ciclo negativo para a economia. O primeiro impacto é na qualidade de vida dos indivíduos, que ficam excluídos do consumo de itens muitas vezes básicos. O segundo impacto é na economia como um todo, pois a redução do consumo diminui a produção e a comercialização de bens e serviços, o que significa menor atividade econômica e menos empregos”, explicou.

Ações do governo para geração de emprego

Para enfrentar esses desafios, o governo da Bahia tem adotado programas voltados à formalização e ao estímulo à inclusão produtiva. Entre as iniciativas estão: capacitação profissional voltada a jovens, mulheres e segmentos vulneráveis; apoio a micro e pequenos empreendedores por meio do programa de microcrédito Credibahia; incentivo à regularização de trabalhadores via Microempreendedor Individual (MEI); e investimentos em infraestrutura e atração de empreendimentos industriais e tecnológicos.

A Setre destaca que, apesar do crescimento da informalidade, os programas de qualificação e acesso ao crédito têm ajudado parte da população a se inserir de forma mais estável no mercado de trabalho.

A análise de Carvalho reforça que os índices de desocupação estão ligados a limitações históricas da economia baiana. Ele destaca a falta de políticas de incentivos estruturais e fiscais como um dos principais entraves. “A quase inexistência de políticas de incentivos, como a oferta de áreas para instalação de empresas, cooperação com negócios a partir do investimento em estruturas viárias e isenção ou redução de carga tributária, dificulta a atração de investimentos”, afirmou.

Projeto Primeiro Emprego inicia contratação de beneficiários | Foto: Matheus Landim/GOVBA

Além disto, a precariedade da infraestrutura e os elevados índices de violência em Salvador e em várias cidades baianas desestimulam a instalação de empresas de maior porte. Essa situação acaba por concentrar o mercado em setores de menor produtividade, que oferecem salários baixos e poucas perspectivas de crescimento.

O especialista conclui que o desemprego e a informalidade não são apenas reflexos conjunturais, mas também sintomas de problemas estruturais. “Ao verificarmos este ciclo, concluímos que o desemprego ou desocupação é um indicador claro de desaceleração da economia, de retração do desenvolvimento e impulsionador da pobreza e da desigualdade”, disse.

Desigualdades regionais: desafio da interiorização do desenvolvimento

Apesar de ser a maior economia do Nordeste e a 7ª do Brasil, com PIB de R$ 402,6 bilhões em 2022, a Bahia ainda convive com desigualdades regionais evidentes. Enquanto Salvador e região metropolitana concentram indústrias, serviços e renda per capita acima da média estadual, regiões como semiárido e extremo sul apresentam indicadores menores de desenvolvimento humano e acesso a serviços.

A região metropolitana de Salvador, que abriga o Polo Industrial de Camaçari, considerado o maior complexo industrial integrado da América Latina, concentra parte expressiva da riqueza estadual. Em contrapartida, regiões como o semiárido e o extremo sul ainda apresentam índices socioeconômicos inferiores.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, a estratégia do governo é interiorizar investimentos para equilibrar esse cenário. “Aproximadamente 74% dos empreendimentos foram para o interior do estado, reforçando o compromisso do governador Jerônimo Rodrigues com a interiorização dos investimentos, o desenvolvimento mais equilibrado e sustentável dos municípios, com a intenção de diminuir as desigualdades regionais na economia baiana”, afirmou.

Renda per capita e IDH: O retrato do contraste

A discrepância se reflete também na renda per capita. Enquanto a média estadual em 2022 foi de R$ 28.483,93, a 18ª do país, municípios da RMS e do oeste baiano apresentam indicadores muito superiores à média. Cidades como Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, impulsionadas pelo agronegócio, figuram entre os maiores PIBs per capita do estado.

No semiárido, que representa 85,6% do território e abriga 53,1% da população baiana, a realidade é distinta. O PIB per capita em 2021 foi de R$ 18.393,08, valor consideravelmente abaixo da média estadual. Ainda assim, a região é estratégica: responde por 39,6% da economia da Bahia e concentra 73,8% da produção agropecuária.

O desenvolvimento humano acompanha esse contraste. Em 2021, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Bahia foi de 0,691, classificado como médio e ocupando a 22ª posição entre os estados. Salvador, com mais acesso a serviços de saúde, educação e emprego, apresenta indicadores superiores à média estadual. Já em municípios do semiárido e do extremo sul, a oferta de serviços básicos ainda é limitada, refletindo em taxas mais altas de mortalidade infantil e menor acesso a médicos e leitos hospitalares.

Luis Eduardo Magalhães tem um dos maiores PIBs da Bahia | Foto: divulgação

Políticas públicas: energia limpa, mineração e educação como vetores

Para enfrentar essas disparidades, o governo tem apostado em diferentes vetores de desenvolvimento. Um deles é a expansão da matriz energética limpa. “Mantemos essas vocações como nossas aliadas, oferecendo segurança jurídica e programas de incentivos fiscais, que tornam o estado mais competitivo para os empreendimentos, que aqui se instalam e que por sua vez geram empregos e renda”, disse Angelo Almeida.

O estado lidera a geração de energia eólica e solar no país, setores que além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, aumentam a arrecadação municipal durante e após a implantação dos parques.

A mineração também exerce papel relevante, especialmente no semiárido. Segundo Almeida, “a mineração e o potencial para a geração de energia limpa, além do agronegócio, são vetores de desenvolvimento para o semiárido baiano, impulsionando o crescimento econômico e social”. De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), cada emprego direto no setor gera outros 11 indiretos.

Outro pilar é a formação de mão de obra. O secretário destaca que “é importante destacar o investimento do governo em educação, que contribui para a formação de mão de obra especializada, garantindo assim pessoas bem preparadas para ocupar as vagas de empregos oferecidas”.

A Bahia tem buscado equilibrar a força industrial da RMS e o potencial do interior. Enquanto Salvador mantém protagonismo em serviços e indústria, o semiárido e o oeste avançam no agronegócio e na geração de energia limpa. O desafio é reduzir as desigualdades históricas e garantir que o crescimento econômico alcance também as regiões menos desenvolvidas. “Seguiremos trabalhando para que os segmentos instalados no estado continuem sendo uma alavanca do desenvolvimento econômico, especialmente nas regiões do interior, onde atividades industriais têm papel estratégico na geração de oportunidades e na melhoria da qualidade de vida da população”, concluiu Angelo Almeida.

O PIB Baiano: sétima economia do país em números

A Bahia consolidou-se, em 2022, como a sétima maior economia do Brasil, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 402,6 bilhões, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). O resultado correspondeu a 4% da economia nacional, mantendo o estado na liderança do Nordeste e reforçando a importância baiana no cenário regional.

No comparativo nacional, São Paulo mantém larga vantagem como maior economia do país, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entre os dez primeiros colocados, apenas Bahia e Pernambuco representam o Nordeste. Os números reforçam a distância entre a Bahia e os grandes polos do Sudeste e do Sul, mas também mostram a liderança regional do estado.

Composição e Evolução do PIB

Nas últimas duas décadas, a economia baiana apresentou oscilações. Em 2010, os serviços representavam 63,4% do PIB do estado, enquanto a indústria respondia por 23,5% e a agropecuária, por 13,1%. Doze anos depois, em 2022, a participação setorial sofreu alterações: os serviços passaram a corresponder a 62,7%, a indústria a 26% e a agropecuária a 11,3%. A redução relativa da agropecuária, apesar de sua força em determinadas regiões, reflete o avanço de segmentos industriais e de serviços, especialmente nos centros urbanos.

O desempenho recente confirma essa tendência. No primeiro trimestre de 2025, o PIB da Bahia totalizou R$ 138,5 bilhões, com crescimento real de 3,2% frente ao mesmo período do ano anterior. O agronegócio, embora estratégico, cresceu apenas 1,4% em termos reais no período, o que reduziu sua participação relativa no PIB estadual para 14,3%.

Setor de serviços comanda composição do PIB na economia da Bahia | Foto: Rafael Martins/GOVBA

Concentração e municípios-chave

Quando comparada aos demais estados nordestinos, a Bahia mantém ampla vantagem. Em 2022, a participação foi de 29% no PIB regional, praticamente o dobro do segundo colocado, Pernambuco. A concentração é ainda mais evidente quando se observa o peso da Região Metropolitana de Salvador, responsável por 39,3% da economia baiana.

O protagonismo na geração de riqueza está fortemente associado a alguns municípios. Salvador, capital e principal polo de serviços, concentra a maior fatia do PIB estadual. Feira de Santana, segunda maior cidade, destaca-se como entreposto logístico e comercial. Camaçari se sobressai pela indústria, especialmente no polo petroquímico, enquanto Vitória da Conquista, Juazeiro, Itabuna e Ilhéus assumem papéis regionais importantes. No setor exportador, municípios como Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Barreiras são líderes, graças à força do agronegócio.

O Semiárido, que ocupa 85,6% do território baiano e abriga 7,5 milhões de pessoas, corresponde a 53,1% da população estadual. Em 2021, sua participação no PIB da Bahia foi de 39,6%, com destaque absoluto na agropecuária, setor no qual respondeu por 73,8% da produção estadual.

Exportações: conexão da Bahia com o mundo

As exportações da Bahia ocupam papel central na economia estadual e revelam a força de setores como agronegócio, mineração e indústria de transformação. Em 2024, o estado consolidou-se como um dos maiores exportadores do Nordeste, com destaque para produtos agrícolas, combustíveis e celulose. Já em 2025, os números parciais até setembro apontam manutenção dessa tendência.

Pauta Exportadora

Os dados consolidados de 2024 mostram que a soja foi o carro-chefe das exportações baianas, respondendo por 20,5% do total. Os óleos combustíveis derivados de petróleo representaram 19,3%, seguidos por celulose (12,5%) e algodão em bruto (7,4%). O ouro não monetário (6,3%), os farelos de soja (4,5%) e o cacau e derivados (3,6%) completaram a lista dos mais relevantes.

O agronegócio continua sendo a espinha dorsal da pauta de exportações da Bahia. A soja mantém posição de liderança, com destino prioritário para o mercado asiático. O algodão em bruto confirma posição como produto estratégico, com valor exportado em expansão. O cacau, marca tradicional da Bahia, mantém lógica de exportação de derivados industriais. No segmento industrial, a celulose emergiu como um dos principais produtos de exportação, com crescimento vertiginoso. Completando a pauta principal, os óleos combustíveis de petróleo reafirmam o peso do setor energético.

Mercados compradores e logística

Em 2024, a China liderou com folga entre os destinos das exportações baianas, absorvendo 28,2% do total. Singapura apareceu em segundo lugar, com 10,2%, seguida pelos Estados Unidos (7,4%) e Canadá (7%). Na Europa, destacaram-se Espanha (4,8%), Países Baixos (4,3%) e Alemanha (2,8%).

A logística portuária é fundamental para viabilizar as exportações. A Bahia conta com três grandes portos estratégicos: Porto de Aratu-Candeias, especializado em granéis líquidos e sólidos; Porto de Salvador, para cargas conteinerizadas; e Porto de Ilhéus, utilizado principalmente para escoar grãos e celulose.

As exportações são responsáveis por sustentar o saldo positivo da balança comercial baiana. Em 2024, o bom desempenho da soja, do algodão, da celulose e dos combustíveis garantiu a liderança do estado no Nordeste. Em 2025, os números parciais confirmam que a Bahia continua em posição de destaque.

Desempenho setorial no início de 2025: contrastes e perspectivas

O desempenho da economia da Bahia no início de 2025 revelou contrastes importantes entre os principais setores. Dados da SEI e do IBGE apontam avanço do agronegócio e da indústria, enquanto os serviços e o comércio varejista registraram oscilações negativas em parte do período analisado.

No primeiro trimestre de 2025, o PIB do agronegócio baiano alcançou R$ 19,8 bilhões, equivalente a 14,3% da economia estadual. Em termos reais, houve crescimento de 1,4% frente ao mesmo período de 2024, resultado sustentado pelo bom desempenho da agropecuária, que registrou aumento de 10% no volume produzido.

A produção industrial baiana apresentou recuperação em junho de 2025, com crescimento de 2,1% em relação a maio. No acumulado do primeiro semestre, o setor registrou expansão de 0,7%. Os maiores avanços foram registrados em máquinas e materiais elétricos (26,7%), derivados de petróleo (7,6%) e metalurgia (2,8%).

Em contrapartida, o setor de serviços apresentou desempenho negativo no segundo trimestre de 2025. O volume recuou 2,0% na comparação anual. As principais quedas foram registradas em transportes (-6,1%) e serviços prestados às famílias (-5,7%). As vendas do comércio varejista baiano caíram 0,7% em junho de 2025 na comparação com maio.

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