União da centro-esquerda tem apoio do PCdoB, mas esbarra em PDT e PSB

Em entrevista ao Aratu On, secretário do governo Lula indica que união da centro-esquerda tem apoio do PCdoB, mas esbarra em PDT e PSB

Por João Tramm.

União da centro-esquerda tem apoio do PCdoB, mas esbarra em PDT e PSB. Em meio às articulações políticas para as eleições de 2026, a União da Centro-Esquerda busca ampliar base de apoio do governo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Em entrevista exclusiva ao Aratu On, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Inácio Arruda (PCdoB), detalhou os desafios e perspectivas dessa construção política. Arruda participa da Semana de Ciência e Tecnologia e apontou a proteção da Criança e Adolecente como grande desafio.

União da centro-esquerda tem apoio do PCdoB, mas esbarra em PDT e PSB

União da centro-esquerda tem apoio do PCdoB, mas esbarra em PDT e PSB

A vice-presidente da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), Luciana Santos, defendeu sobre a possibilidade a federação ampliada como estratégia eleitoral e sobre sua própria participação nas urnas. Luciana é também a Ministra de Ciência e Tecnologia e foi recondiza ao posto de presidente do PCdoB durante o Congresso Nacional da Legenda. O evento contou com o apoio do presidente Lula.

 “Sim, vai estar com certeza, mas mais do que isso, digamos, a federação teria que ser ampliada”, afirmou o secretário. Ele explicou que a ideia sempre foi tentar incluir PSB e PDT na federação, mas que essas legendas ainda podem formar uma aliança própria.

O PSB, inclusive, estuda se juntar ao Cidadania, partido de direita, que hoje está com Bruno Reis (União) em Salvador. Já o PDT ingressou agora na base de Jerônimo Rodrigues (PT), mas ainda há componentes na prefeitura de Salvador, como a própria vice-prefeita, Ana Paula Matos. Os três partidos estudam ainda formar uma federação e esse grupo pode ser determinante nas eleições de 2026, a depender dos rumos que adote.

Ainda de acordo com Inácio, ampliar a federação seria especialmente benéfico para a eleição presidencial, permitindo a consolidação de uma bancada mais alinhada com o governo Lula. Recentes diálogos no Congresso entre o PCdoB e o presidente Lula reforçaram o objetivo de fortalecer o campo popular e a esquerda no país.

O secretário destacou que há conversas em andamento com PSOL e Rede para ampliar a federação, embora esses partidos ainda discutam se permanecerão juntos. “O ideal para nós era uma federação mais robusta, que tivesse a presença do PSOL, da Rede, do PSB e do PDT”, explicou.

Apesar dos desafios, Arruda reforçou a importância de ampliar a bancada de centro-esquerda. “O presidente Lula está preocupado com esse tema. Ampliar a bancada do nosso campo, da esquerda e do campo democrático, permite um governo mais avançado. Minha aposta é reeleger o presidente Lula”, disse.

 PSOL e Rede já têm histórico de participação em federações, enquanto PSB e PDT ainda não se uniram a outras legendas, sendo justamente esses partidos os maiores entraves. A estratégia também surge como uma forma de enfrentar a Federação União Progressista (UP), que deve representar cerca de 20% do Congresso Nacional, com 109 deputados e 14 senadores, fruto da aliança entre União Brasil e PP. O MDB, por sua vez, estuda a formação de uma federação com Republicanos e PSDB.

Arruda acrescentou que a realidade política brasileira dificulta a formação de uma bancada alinhada com o presidente, diferentemente de outros países da região, como Bolívia e Colômbia, onde a eleição presidencial impacta diretamente na composição do Congresso. Na percepção dele, esse assunto precisa ser tratado com uma reforma política.

Inácio Arruda candidato em 2026

Questionado sobre a própria candidatura, Arruda disse que sua intenção é acompanhar o projeto de reeleição do presidente Lula, mas deixou em aberto a possibilidade de disputar outros cargos. “Na verdade, a minha ideia era ficar no lugar do Lula. Mas o Lula, tu viu que o bicho é teimoso, rapaz. É o nosso candidato à reeleição. Mas vamos entrar na disputa, sim”, afirmou.

Em outra entrevista recente, Arruda comentou sobre seu cenário para lançar candidatura e os espaços políticos possíveis para o lançamento do seu nome. Hoje no governo Lula, o secretário tem como sua base eleitoral o Ceará.

“Evidente que no Ceará teremos a candidatura à reeleição de Elmano (PT), superfavorito no governo. Então, são duas vagas ao Senado, temos que discutir. A vice-governadoria está muito bem colocada nas mãos da Jade Romero (MDB). As outras candidaturas ainda serão debatidas. Claro que Cid Gomes é outro quadro a ser considerado”, disse o secretário.

Inácio Arruda iniciou sua carreira como deputado federal em 1994, sendo reeleito em 1998 e 2002. Em 2006, foi eleito senador com 52,25% dos votos, totalizando 1.912.663 votos válidos, superando o segundo colocado, Moroni Torgan, por 6,35%. Entre 2014 e 2022, tentou retornar à Câmara dos Deputados sem sucesso.

 Secretário fala ao Aratu On em meio Semana da Ciência e Tecnologia

 

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