O que é meningite bacteriana? Feira de Santana confirma caso da doença

Feira de Santana confirma caso de meningite bacteriana em uma mulher de 37 anos, segundo informou a Vigilância Epidemiológica do município no último domingo (14). A paciente está internada no Hospital Geral Clériston Andrade, apresenta quadro estável e segue sob monitoramento médico.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, após a confirmação do diagnóstico, foram adotadas as medidas previstas em protocolo, incluindo a realização de profilaxia nos contactantes, pessoas que tiveram contato próximo com a paciente, para prevenir novos casos da doença.

A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Verena Leal, informou que todos os procedimentos de monitoramento estão em andamento. Segundo ela, a amostra do líquor (líquido cefalorraquidiano) foi encaminhada ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), que confirmou a meningite bacteriana. Após o resultado, houve o alinhamento com a equipe responsável pelo acompanhamento da paciente e a administração da medicação preventiva nos contactantes.

Meningite bacteriana: conheça sinais da doença

Em abril,  o professor Davidson Souza Brito, de 33 anos, morreu, em Feira de Santana, após ser diagnosticado com meningite bacteriana — a forma mais grave da doença, que afeta membranas do sistema nervoso central. O caso acende alerta para a enfermidade, que é transmitida por via respiratória e seus sintomas podem ser confundidos com os de viroses comuns, como vômito e dores de cabeça.

As meninges são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, estruturas que podem ser afetadas por infecções causadas por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. É o que explica o infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina, ao Aratu On.

Os primeiros sinais da meningite são considerados inespecíficos, dificultando o diagnóstico precoce. No entanto, segundo o especialista, uma sequência de sintomas específicos — chamada por ele de “tríade” — pode acelerar a identificação da doença. “São eles: dor intensa de cabeça, rigidez na nuca e pescoço — dificultando encaixar o queixo na região do tórax — e vômitos”, detalha.

Ainda segundo o médico, os sintomas não costumam variar muito entre adultos, crianças e idosos. No entanto, nas crianças pequenas, alguns sinais são mais sutis. “Alguns quadros, principalmente crianças menores que dois anos, do tipo irritação, agitação, choro fácil, recusa a alimentar, então aí passa a chamar a atenção”, afirma.

Casos na Bahia

Segundo a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), 49 casos de meningite — de diferentes tipos — foram registrados no estado nos três primeiros meses deste ano, com seis mortes confirmadas. Em 2024, a Bahia contabilizou 446 casos da doença, sendo 115 do tipo bacteriana, com 24 óbitos registrados ao longo do ano passado.

Em 2023, a meningite bacteriana fez 47 vítimas fatais, na Bahia. A doença é grave e pode acometer indivíduos de qualquer idade. 

Imunização

A meningite pode ser prevenida por meio da vacinação. Os imunizantes Meningo C e Meningo ACWY protegem contra os principais sorogrupos da doença e integram o Calendário Nacional de Vacinação, com indicação para crianças menores de cinco anos e adolescentes entre 11 e 14 anos.

Em Feira de Santana, as vacinas estão disponíveis em 103 salas de imunização das unidades de saúde das zonas urbana e rural. A coordenadora da Rede de Frio, Natálya Duarte, explica que a Meningo C é aplicada aos 3 e 5 meses de idade, enquanto a Meningo ACWY é administrada como reforço aos 12 meses. Crianças que não receberam o reforço podem ser vacinadas até 4 anos, 11 meses e 29 dias. O imunizante também é indicado para adolescentes de 11 a 14 anos.

Para se vacinar, é necessário apresentar documento de identidade, cartão do SUS e caderneta de vacinação. A rede particular também disponibiliza as vacinas Meningo B e Meningo ACWY.

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