Qual é o tipo sanguíneo mais raro do mundo? Conheça o 'sangue dourado'
O tipo sanguíneo mais raro do mundo é o Rh nulo, conhecido como sangue dourado
Por Bruna Castelo Branco.
O tipo sanguíneo mais raro do mundo é o Rh nulo, conhecido como “sangue dourado”. De acordo com um artigo publicado em 2018 no International Journal of Hematology-Oncology and Stem Cell Research, apenas 43 casos haviam sido registrados na literatura científica até então. Com informações da Agência Einstein.
A classificação sanguínea é definida pelos antígenos presentes na superfície dos glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio. O tipo A apresenta o antígeno A; o B, o antígeno B; o AB, ambos; e o O, nenhum deles.

Outro elemento considerado é o fator Rhesus — também chamado de Rh ou antígeno D (RhD). Quando está presente, o sangue é classificado como Rh positivo (como A+). Na ausência, recebe a classificação Rh negativo (como O-).
No caso do Rh nulo, uma alteração genética impede a presença de qualquer proteína do sistema Rh nos glóbulos vermelhos.
Riscos e complicações
O sangue Rh nulo pode ser doado para pessoas de qualquer tipo sanguíneo. Entretanto, quem possui essa condição enfrenta dificuldades em transfusões: esses indivíduos podem produzir anticorpos contra os antígenos Rh presentes no sangue comum, o que eleva o risco de reações adversas. Por isso, só podem receber sangue de outros doadores Rh nulo.
Segundo o Genetic and Rare Diseases Information Center, órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, os glóbulos vermelhos de pessoas com Rh nulo tendem a ter coloração mais clara e maior fragilidade. Elas podem apresentar anemia leve e, em alguns casos, sintomas como icterícia, taquicardia e taquipneia.

Origem genética
A condição é autossômica recessiva, o que significa que a criança precisa herdar duas cópias de um gene alterado — uma do pai e outra da mãe — para desenvolver o Rh nulo.
Quando ambos os genitores carregam a mutação, há 25% de chance de que o bebê herde as duas cópias e apresente a condição. Existe ainda 50% de chance de herdar apenas uma cópia. Nesse caso, a criança será portadora da alteração, mas não desenvolverá o sangue Rh nulo.
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Tipo sanguíneo e expectativa de vida
Um estudo conduzido no Japão levantou uma hipótese que tem despertado o interesse da comunidade científica: o tipo sanguíneo pode influenciar na expectativa de vida. A pesquisa, publicada na National Library of Medicine, dos Estados Unidos, investigou a relação entre os tipos sanguíneos do sistema ABO — A, B, AB e O — e a longevidade.
Os cientistas compararam a frequência dos tipos sanguíneos em 269 centenários de Tóquio com a de um grupo controle composto por 7.153 pessoas da mesma região. O resultado chamou atenção: o tipo B apareceu em quase 30% dos centenários, enquanto representava cerca de 22% no grupo controle.
Segundo os autores do estudo, os dados sugerem que o sangue tipo B pode estar associado a uma vida mais longa.
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