Operação Xeque-Mate investiga fraudes envolvendo agentes políticos na Bahia
Com foco na organização criminosa atuante em Madre de Deus, operação Xeque-Mate investiga fraudes envolvendo agentes políticos na Bahia
Por João Tramm.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) desencadeou nesta sexta-feira (12) a operação “Xeque-Mate”, que apura um amplo esquema de corrupção, desvio de recursos e irregularidades em licitações no município de Madre de Deus. A Operação Xeque-Mate investiga fraudes envolvendo agentes políticos na Bahia, incluindo suspeitas de lavagem de dinheiro e manobras para encobrir movimentações financeiras.
A ação foi executada pela Unidade de Assessoramento e Investigação (Unai) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), que cumpriram 16 mandados de busca e apreensão em imóveis situados em Madre de Deus, São Francisco do Conde, Senhor do Bonfim, Salvador e Lauro de Freitas.

A Operação contra corrupção foi deflagrada na Semana Internacional de Combate à Corrupção. Apesar de novos e importantes mecanismos, as instituições ainda enfrentam obstáculos estruturais e culturais que impedem transformações mais profundas.
Operação Xeque-Mate investiga fraudes envolvendo agentes políticos na Bahia
Entre os investigados estão servidores municipais e empresas de eventos e locações, apontadas como instrumentos para dar aparência de legitimidade a contratações direcionadas. Conforme o MP-BA, o grupo estruturou um método para simular competitividade em credenciamentos e pregões eletrônicos, mascarando o favorecimento a empresas ligadas a agentes políticos e a seus familiares. Há ainda indícios de manobras para ocultar o fluxo financeiro e operacional do esquema.
As apurações identificam que a organização, supostamente comandada por um dos agentes públicos investigados, teria manipulado mais de R$ 4,5 milhões em contratos entre 2021 e 2023. Contudo, o valor total pode ser superior, já que as empresas investigadas continuam sendo contratadas pelo poder público. Somadas, essas contratações alcançam R$ 13,9 milhões até abril deste ano.
A operação mobilizou também forças de segurança estaduais, contando com o apoio da Polícia Civil — por meio do Denarc, DHPP e Depom — e da Polícia Militar, através do Batalhão de Choque.
Também com intuito de combater fraude em licitações, o tabuleiro político tem sofrido abalos com a Operação Overclean. A última fase deflagrada foi em novembro, antes disso oito fases foram realizadas pela Polícia Federal.

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