PM tortura e desfigura esposa policial antes de matá-la em SP
Perícia aponta que o PM Édipo Gomiero Sibaldeli manteve a esposa policial sob agressões por várias horas antes de matá-la
Por Da redação.
O casal de policiais militares Édipo Gomiero Sibaldeli e Thays Soares Cordeiro Sibaldeli foi encontrado morto no último domingo (2), dentro da casa onde morava, em Guaianases, zona leste de São Paulo. Um laudo pericial confirmou que o caso se trata de feminicídio e apontou que o PM torturou e desfigurou a esposa policial antes de matá-la.
De acordo com o documento, Thays apresentava múltiplas lesões, marcas de mordidas e sinais de espancamento intenso. A perícia aponta que Édipo manteve a companheira sob agressões por várias horas antes de assassiná-la e tirar a própria vida.

A arma da vítima foi encontrada em outro cômodo da casa, o que indica que ela não teve chance de defesa. Os peritos estimam que o policial permaneceu no local por cerca de quatro horas após o crime.
Relação abusiva
O casal estava junto havia nove anos e, segundo amigos e colegas de farda, era visto como um relacionamento saudável. Entretanto, familiares de Thays afirmaram que o marido mantinha comportamento controlador, monitorava a escala de trabalho da esposa e desconfiava dos colegas com quem ela fazia plantões.
Ainda segundo parentes, as brigas se intensificaram nos últimos meses, e a policial chegou a comentar o comportamento possessivo do companheiro.
Em nota, a Polícia Militar de São Paulo lamentou profundamente o ocorrido e manifestou solidariedade aos familiares e amigos. “Durante sua trajetória na Polícia Militar, a Sd PM Sibaldeli destacou-se pela coragem, lealdade e companheirismo, qualidades que deixarão marcas eternas entre seus colegas e superiores”, diz o comunicado.

Feminicídio pode ser o primeiro ato de violência
É de conhecimento público que a violência contra a mulher é um dos grandes problemas do Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública em 2024, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 1.467 mulheres foram mortas no país em razão do gênero, o maior número registrado desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015.
Na Bahia, até o dia 21 de outubro, 80 feminicídios foram contabilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), apenas cinco a menos que o mesmo período em 2023.
Um dos casos recentes - e de grande repercussão - aconteceu em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul do estado, quando as irmãs Elaine e Hiane Miranda de Araújo, de 41 e 35 anos, respectivamente, foram mortas a tiros pelo ex-marido da primeira, dentro de uma loja na cidade. O alvo do ataque, inclusive, possuía medida protetiva contra o suspeito, que não teve o nome divulgado.
Casos de feminicídio
As amigas Tamara Trindade da Silva, de 28 anos, e Mayane Ferreira, de 20, desaparecidas desde 25 de setembro, foram encontradas mortas em 2 de outubro, em uma área de mata de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por uma dívida de R$ 15 mil.
O principal suspeito, de 20 anos, confessou a autoria durante interrogatório. Ele afirmou que agiu por vingança contra Tamara, acusando-a de furtar a quantia, e detalhou que as vítimas foram atraídas para uma residência, onde receberam múltiplos golpes de faca e machado.
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).