Nos &uacute;ltimos anos, a <a href="https://aratuon.com.br/saude/neurologista-explica-beneficios-da-cannabis-medicinal-confira" target="_blank" rel="noopener">cannabis medicinal</a> deixou de ser um tema restrito a especialistas e passou a integrar conversas em fam&iacute;lias, consult&oacute;rios e debates p&uacute;blicos. Hist&oacute;rias de melhora do sono, redu&ccedil;&atilde;o de crises de agressividade e maior engajamento social de pessoas com autismo circulam nas redes, despertando curiosidade e esperan&ccedil;a.
Diante de relatos pessoais e expectativas, pesquisadores questionam: o que a ci&ecirc;ncia j&aacute; comprovou e at&eacute; onde &eacute; seguro avan&ccedil;ar?
<img src="https://backend-18085538458.southamerica-east1.run.app/assets/f824a4ee-613d-430c-af1c-4d461f55a2f3.jpg?width=5051&amp;height=3367" alt="Hist&oacute;rias de melhora do sono, redu&ccedil;&atilde;o de crises de agressividade e maior engajamento social de pessoas com autismo ap&oacute;s uso de cannabis circulam nas redes. | Foto: Ilustrativa/Pexels">
Nesta semana, o autismo voltou a ocupar um grande espa&ccedil;o no debate p&uacute;blico. Na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (23), a Ag&ecirc;ncia Nacional de Vigil&acirc;ncia Sanit&aacute;ria (Anvisa) publicou, uma nota de esclarecimento ap&oacute;s <a href="https://aratuon.com.br/politica/trump-diz-que-gravidas-nao-podem-tomar-tylenol-por-risco-de-autismo" target="_blank" rel="noopener">declara&ccedil;&otilde;es do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump</a>, que associou o uso de Tylenol (paracetamol) durante a gravidez ao desenvolvimento de autismo em crian&ccedil;as. A fala aconteceu durante a&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/onu-lula-defende-democracia-ja-trump-quer-marcar-encontro-com-petista" target="_blank" rel="noopener">Assembleia Geral da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU)</a>.
<h3 style="text-align: justify;" data-start="552" data-end="593">Sistema endocanabinoide e o autismo</h3>
O interesse em entender como os extratos da cannabis atuam no tratamento de diferentes condi&ccedil;&otilde;es, incluindo o autismo, levou a maior aten&ccedil;&atilde;o ao sistema endocanabinoide, como explica a pediatra Fabiana Feij&atilde;o em artigo publicado pelo SBT News. Presente em todo o corpo, ele regula humor, sono, mem&oacute;ria, apetite, resposta ao estresse e processos inflamat&oacute;rios.
Esse sistema funciona por meio de receptores: o CB1, mais concentrado no c&eacute;rebro e ligado &agrave; mem&oacute;ria, comportamento e emo&ccedil;&otilde;es, e o CB2, predominante no sistema imunol&oacute;gico e relacionado &agrave; regula&ccedil;&atilde;o de inflama&ccedil;&otilde;es. Tamb&eacute;m envolve endocanabinoides produzidos naturalmente pelo corpo, como a anandamida, al&eacute;m das enzimas que controlam sua produ&ccedil;&atilde;o e degrada&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://backend-18085538458.southamerica-east1.run.app/assets/d3f72f63-f308-4e9f-bffc-2d3695f98feb.jpg?width=1000&amp;height=1500" alt="O interesse em entender como os extratos da cannabis atuam no tratamento de diferentes condi&ccedil;&otilde;es, incluindo o autismo, levou a maior aten&ccedil;&atilde;o ao sistema endocanabinoide. | Foto: Ilustrativa/Pexels">
Um estudo da Universidade de Stanford identificou que pessoas no espectro autista apresentam n&iacute;veis reduzidos de anandamida e sinais de disfun&ccedil;&atilde;o nos receptores CB1. Os achados, semelhantes aos de pesquisas em animais, refor&ccedil;am a hip&oacute;tese de que altera&ccedil;&otilde;es nesse sistema estejam relacionadas ao autismo. Isso abre a possibilidade de que compostos da cannabis, ao modularem o sistema endocanabinoide, possam contribuir para aliviar sintomas.
<h3 style="text-align: justify;" data-start="1695" data-end="1747">Variedades da cannabis e experi&ecirc;ncias cl&iacute;nicas</h3>
A planta possui cerca de cem canabinoides conhecidos, mas menos de dez foram estudados em profundidade.
<ul style="text-align: justify;" data-start="1855" data-end="2514">
<li data-start="1855" data-end="2002">
CBD (canabidiol): o mais pesquisado, n&atilde;o &eacute; psicoativo e j&aacute; tem efeitos comprovados como ansiol&iacute;tico, anti-inflamat&oacute;rio e anticonvulsivante.
</li>
<li data-start="2003" data-end="2380">
THC (tetra-hidrocanabinol): componente psicoativo mais conhecido. Em altas doses, pode causar preju&iacute;zos cognitivos, altera&ccedil;&otilde;es de humor e risco de surtos psic&oacute;ticos, sobretudo em jovens. Contudo, em doses controladas e com acompanhamento m&eacute;dico, pode auxiliar no manejo de sintomas dif&iacute;ceis e at&eacute; reduzir o uso de outros medicamentos com efeitos colaterais importantes.
</li>
<li data-start="2381" data-end="2438">
CBG (cannabigerol): pode melhorar foco e aten&ccedil;&atilde;o.
</li>
<li data-start="2439" data-end="2514">
CBN (canabinol): tem efeito sedativo, &uacute;til para dist&uacute;rbios do sono.
</li>
</ul>
M&eacute;dicos que utilizam cannabis no tratamento do autismo relatam bons resultados quando o uso &eacute; bem indicado e monitorado.
<img src="https://backend-18085538458.southamerica-east1.run.app/assets/cc4e5aa5-48b3-4c38-ba11-c7edc3cd21c2.jpg?width=1500&amp;height=1500" alt="Um estudo da Universidade de Stanford identificou que pessoas no espectro autista apresentam n&iacute;veis reduzidos de anandamida. | Foto: Ilustrativa/Pexels">
Um caso citado &eacute; o de um adolescente com autismo severo, que se mordia de forma grave e corria risco de infec&ccedil;&atilde;o. Ele utilizava tr&ecirc;s medicamentos &mdash; ansiol&iacute;tico, antidepressivo e antipsic&oacute;tico &mdash; com pouco controle das crises e apresentava apatia.
Com a introdu&ccedil;&atilde;o de um extrato full spectrum, combinando CBD e THC em dose personalizada, foi poss&iacute;vel reduzir para apenas um medicamento em baixa dose. O quadro evoluiu com cicatriza&ccedil;&atilde;o das les&otilde;es, maior intera&ccedil;&atilde;o social, melhora do sono e estabiliza&ccedil;&atilde;o do peso. Casos semelhantes t&ecirc;m sido documentados em diferentes contextos cl&iacute;nicos.
<h3 style="text-align: justify;" data-start="3232" data-end="3263">Desafios e regulamenta&ccedil;&atilde;o</h3>
No Brasil, a Anvisa autoriza a prescri&ccedil;&atilde;o de produtos &agrave; base de cannabis mediante receita m&eacute;dica especial. Esses produtos podem ser comprados em farm&aacute;cias autorizadas ou importados com autoriza&ccedil;&atilde;o pr&eacute;via.
<img src="https://backend-18085538458.southamerica-east1.run.app/assets/0d833b11-fb04-44a4-b2bb-fee679165e2c.jpg?width=1500&amp;height=1245" alt="No Brasil, a Anvisa autoriza a prescri&ccedil;&atilde;o de produtos &agrave; base de cannabis mediante receita m&eacute;dica especial. | Foto: Ilustrativa/Pexels">
N&atilde;o h&aacute; protocolos espec&iacute;ficos para o autismo, o que torna indispens&aacute;vel a avalia&ccedil;&atilde;o individualizada, considerando hist&oacute;rico cl&iacute;nico, seguran&ccedil;a e expectativa de benef&iacute;cio.
Apesar dos relatos positivos, persistem lacunas cient&iacute;ficas: defini&ccedil;&atilde;o da dose ideal, padroniza&ccedil;&atilde;o de formula&ccedil;&otilde;es, garantia de qualidade entre lotes e identifica&ccedil;&atilde;o dos perfis de pacientes que respondem melhor. Essas quest&otilde;es exigem estudos rigorosos e de longo prazo.
<h3 style="text-align: justify;" data-start="3918" data-end="3936">Perspectivas</h3>
Enquanto a ci&ecirc;ncia avan&ccedil;a, especialistas defendem que o uso da cannabis no autismo seja conduzido com prud&ecirc;ncia, acompanhamento m&eacute;dico e individualiza&ccedil;&atilde;o do tratamento. Como apontam os pesquisadores, &ldquo;a esperan&ccedil;a &eacute; real, mas precisa caminhar junto com a responsabilidade, para que os avan&ccedil;os sejam s&oacute;lidos, seguros e baseados em evid&ecirc;ncias&rdquo;.

O ator Ricardo Petraglia, de 74 anos, mostrou aos seguidores a planta&ccedil;&atilde;o de cannabis que mant&eacute;m em um s&iacute;tio em Xer&eacute;m, na Baixada Fluminense. Longe da televis&atilde;o desde 2015, ele afirmou cultivar nove p&eacute;s da planta com autoriza&ccedil;&atilde;o da Justi&ccedil;a, destinados ao consumo pr&oacute;prio e <a href="https://docker.aratuon.com.br/saude/neurologista-explica-beneficios-da-cannabis-medicinal-confira" target="_blank" rel="noopener">uso medicinal</a>.
Em mar&ccedil;o de 2023, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (Uni&atilde;o Brasil), <a href="https://aratuon.com.br/saude/2023-03-08/salvador-sanciona-distribuicao-da-cannabis-medicinal-pelo-sus-e-autor-do-projeto-celebra-vanguarda/">sancionou uma lei que normatiza a distribui&ccedil;&atilde;o gratuita, via SUS, de cannabis para fins medicinais na capital baiana</a>.
<img src="https://backend-18085538458.southamerica-east1.run.app/assets/948f4445-b9e7-4281-905c-0463ba1a5e0e.jpeg?width=862&amp;height=1600" alt="O ator Ricardo Petraglia, de 74 anos, mostrou aos seguidores a planta&ccedil;&atilde;o de cannabis que mant&eacute;m em um s&iacute;tio em Xer&eacute;m. | Foto: Redes Sociais">
Em v&iacute;deos publicados nas redes sociais, Petraglia destacou o crescimento das mudas, incluindo duas trazidas do Paquist&atilde;o. &ldquo;Cresceram, est&atilde;o bonitas e bem cuidadas. Tenho orgulho de mostrar para voc&ecirc;s&rdquo;, disse o artista. Ele tamb&eacute;m ressaltou a import&acirc;ncia da cannabis em sua trajet&oacute;ria: &ldquo;A maconha me salvou em 1975, porque me ajudou a me livrar de drogas pesadas. Hoje, ap&oacute;s uma cirurgia no quadril, s&oacute; o canabidiol me tirou a dor&rdquo;.
O ator refor&ccedil;ou que n&atilde;o pode repassar a erva a terceiros, sob risco de perder a <a href="https://aratuon.com.br/politica/com-descriminalizacao-da-maconha-governo-organiza-nova-politica-de-drogas" target="_blank" rel="noopener">licen&ccedil;a de cultivo</a>. Ativista pela legaliza&ccedil;&atilde;o da cannabis, Petraglia mant&eacute;m no Instagram o canal MobyDickShow, voltado a compartilhar informa&ccedil;&otilde;es sobre a planta e seu uso medicinal.
Atualmente, o p&uacute;blico pode rever seu trabalho na reprise da novela Hist&oacute;ria de Amor, em que interpretou o personagem Xavier.
<img src="https://backend-18085538458.southamerica-east1.run.app/assets/104b1c20-d919-406f-b906-8563df47ece4.jpeg?width=864&amp;height=1600" alt="O ator refor&ccedil;ou que n&atilde;o pode repassar a erva a terceiros, sob risco de perder a licen&ccedil;a de cultivo. | Foto: Redes Sociais">

A Pol&iacute;cia Civil prendeu, nesta quinta-feira (27), o presidente de uma institui&ccedil;&atilde;o que auxilia pacientes em <a href="https://aratuon.com.br/saude/canabidiol-pode-auxiliar-no-tratamento-contra-o-crack-aponta-estudo-brasileiro" target="_blank" rel="noopener">tratamento com canabidiol</a>. O homem, cuja identidade n&atilde;o foi divulgada, &eacute; investigado por suposta participa&ccedil;&atilde;o em um esquema de desvio de subst&acirc;ncias terap&ecirc;uticas &agrave; base de cannabis.&nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/875f86ac-6519-4b8f-8639-28581b30e7a3.png?width=770&amp;height=425" alt="Presidente auxiliava pacientes em tratamento com canabidiol. Foto: Ilustrativa/Pexels">
A pris&atilde;o preventiva foi decretada pela Justi&ccedil;a ap&oacute;s investiga&ccedil;&otilde;es que apontaram ind&iacute;cios de falsifica&ccedil;&atilde;o de documentos e falsidade ideol&oacute;gica para aquisi&ccedil;&atilde;o irregular de<a href="https://aratuon.com.br/geral/justica-baiana-determina-que-estado-forneca-medicamento-a-base-de-canabidiol-a-crianca-com-epilepsia" target="_blank" rel="noopener"> medicamentos derivados da Cannabis</a>.
O<a href="https://aratuon.com.br/geral/conselho-federal-de-medicina-publica-nova-norma-sobre-prescricao-de-canabidiol-saiba-mais" target="_blank" rel="noopener"> caso faz parte da Opera&ccedil;&atilde;o Salvo Conduto</a>, que j&aacute; havia levado &agrave; pris&atilde;o de outros dois suspeitos no &uacute;ltimo dia 10 de mar&ccedil;o &ndash; um no bairro do Corredor da Vit&oacute;ria e outro em S&atilde;o Paulo.
Os envolvidos permanecem &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o da Justi&ccedil;a enquanto as investiga&ccedil;&otilde;es continuam.&nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5bc37ac7-6611-43da-ae27-ee8e4c8f01d4.png?width=727&amp;height=497" alt="Foto: ilustrativa">
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/interior/operacao-da-policia-civil-fiscaliza-hoteis-e-pousadas-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">Opera&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;cia Civil fiscaliza hot&eacute;is e pousadas na Bahia</a>

Em março deste ano, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), <a href="https://aratuon.com.br/saude/2023-03-08/salvador-sanciona-distribuicao-da-cannabis-medicinal-pelo-sus-e-autor-do-projeto-celebra-vanguarda/">sancionou uma lei que normatiza a distribuição gratuita, via SUS, da cannabis para fins medicinais</a>. O tema divide opiniões, mas você sabe quais são os prós e contras do medicamento? Para tirar dúvidas sobre o assunto, a TV Aratu conversou com a neurologista Maria Clara Carvalho.
Ela ressalta que, apesar da liberação, ainda existe um estigma e um desconhecimento sobre o assunto. Muitas pessoas acham que o óleo de Cannabis (canabidiol) também causa os efeitos da maconha utilizada como entorpecente, o que não é verdade.
"É importante que a população saiba que nosso corpo produz naturalmente endocanabinóides, que são semelhantes àquelas encontradas na planta Cannabis Sativa. Logo, uma vez que nosso corpo produz e tem receptores específicos para essas substâncias, nós podemos beneficiar diversos sistemas do nosso corpo, desde o sistema nervoso central ao sistema periférico, entre outros sistemas, como o imune, gastrointestinal... Vai depender de onde a gente está atuando", explica.
A médica falou, ainda, que na neurologia os derivados canabinoides ganharam repercussão pelo tratamento da epilepsia e de diferentes dores.
ASSISTA À ENTREVISTA NA ÍNTEGRA 
<iframe title="Lei autoriza uso de Cannabis Medicinal e Unidades de Saúde irão disponibilizar medicamentos" src="https://www.youtube.com/embed/C_A58G97cy8" width="727" height="409" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>

Após o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), sancionar na última terça-feira (7/3) o projeto de lei que normatiza a distribuição gratuita, via SUS, da cannabis para fins medicinais, o autor da proposta, vereador André Fraga (PV), celebrou.

“Salvador é um dos poucos locais no Brasil que tem uma legislação própria que regulamenta uma política para distribuição de cannabis medicinal através do SUS. Como sempre, a cidade está na vanguarda das atitudes mais inovadoras e resilientes”, afirmou, em conteúdo enviado à imprensa.

De acordo com o levantamento do mandato do vereador André Fraga, apenas outras três cidades e três estados no Brasil tem uma lei do tipo. Trata-se de Goiânia (GO), Búzios (RJ), Campos do Goytacazes (RJ), Paraná, Mato Grosso e São Paulo. A Assembleia Legislativa do Amapá também aprovou uma lei sobre cannabis medicinal no SUS, mas, ao contrário do que aconteceu em Salvador, o projeto foi vetado pelo governador Clécio Luís (Solidariedade).

Em Salvador, o projeto não foi aprovado na íntegra e sim com 18 vetos em trechos específicos que versavam sobre a formação de profissionais e o incentivo à prescrição da cannabis medicinal. “O Executivo argumenta que os vetos são em função de artigos que, na interpretação deles, são papel do Executivo regulamentar. Mas não é nada que impeça uma boa aplicação da lei. Estamos muito felizes e queremos que os pacientes que precisam desses medicamentos sejam logo beneficiados”, disse Fraga.

A lei propõe uma Política Municipal de uso da cannabis para fins medicinais e distribuição gratuita de medicamentos prescritos à base da planta, que contenha em sua fórmula as substâncias Canabidiol (CBD) e/ou Tetrahidrocanabinol (THC), nas unidades de saúde pública municipais e privadas, conveniadas ao SUS, em Salvador.

“O plantio de cannabis para uso medicinal e científico já é previsto no Brasil desde 2006 e os benefícios do CBD e do THC em tratamentos médicos já estão amplamente comprovados”, relembrou o vereador.

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O vereador Andr&eacute; Fraga (PV), de Salvador, lan&ccedil;ou uma peti&ccedil;&atilde;o para pressionar a aprova&ccedil;&atilde;o de um projeto de lei que tramita na C&acirc;mara Municipal para autorizar a distribui&ccedil;&atilde;o gratuita de cannabis medicinal na capital baiana, por meio do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de.

O documento foi lan&ccedil;ado na &uacute;ltima quinta-feira (24/11) e pode ser assinado por qualquer pessoa numa p&aacute;gina na Internet (<a href="http://bit.ly/abaixoassinado-cbdmedicinal" target="_blank">clique aqui</a>).&nbsp;A peti&ccedil;&atilde;o foi lan&ccedil;ada na semana de comemora&ccedil;&atilde;o do Dia Nacional da Maconha Medicinal, no dia 27 de novembro.&nbsp;

&ldquo;Esse &eacute; o momento oportuno para tratarmos dessa pauta. Recentemente, uma s&eacute;rie de projetos foram apreciados no plen&aacute;rio da C&acirc;mara e queremos que a PL 172/2021 seja inclu&iacute;da nessas discuss&otilde;es, votada e aprovada. In&uacute;meras fam&iacute;lias que precisam desse medicamento aguardam ansiosamente a aprova&ccedil;&atilde;o dessa lei&rdquo;, disse o vereador, em posicionamento enviado por meio da assessoria de imprensa.

O texto foi protocolado em maio do ano passado, teve o parecer aprovado pela Comiss&atilde;o de Constitui&ccedil;&atilde;o e Justi&ccedil;a (CCJ), mas ainda n&atilde;o foi levado para vota&ccedil;&atilde;o em plen&aacute;rio.

&ldquo;Por isso, pe&ccedil;o que todos assinem a peti&ccedil;&atilde;o e compartilhem com seus amigos e familiares. &Eacute; uma forma de pressionarmos os vereadores e vereadoras a aprovarem logo o projeto. Quanto mais assinaturas, mais for&ccedil;a vamos demonstrar. Precisamos democratizar o acesso &agrave; sa&uacute;de em Salvador!&rdquo;, completou Fraga.

Em agosto de 2021, ap&oacute;s requerimento de Fraga, a C&acirc;mara teve uma sess&atilde;o especial para discutir o projeto. Participaram especialistas na &aacute;rea, pessoas que precisam do medicamento e outros atores da sociedade civil. Al&eacute;m disso, no final de outubro, o parlamentar participou e ajudou a viabilizar um protesto na frente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) contra a resolu&ccedil;&atilde;o 2.324/2022 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que restringia o uso da cannabis medicinal no Brasil. Logo ap&oacute;s a manifesta&ccedil;&atilde;o, o CFM revogou a resolu&ccedil;&atilde;o.

O PROJETO 
a mat&eacute;ria prop&otilde;e uma Pol&iacute;tica Municipal de uso da cannabis para fins medicinais e distribui&ccedil;&atilde;o gratuita de medicamentos prescritos &agrave; base da planta, que contenha em sua f&oacute;rmula as subst&acirc;ncias Canabidiol (CBD) e/ou Tetrahidrocanabinol (THC), nas unidades de sa&uacute;de p&uacute;blica municipais e privadas, conveniadas ao SUS, em Salvador.&nbsp;

&ldquo;O plantio de cannabis para uso medicinal e cient&iacute;fico j&aacute; &eacute; previsto no Brasil desde 2006 e os benef&iacute;cios do CBD e do THC em tratamentos m&eacute;dicos j&aacute; est&atilde;o amplamente comprovados&rdquo;, comenta Andr&eacute; Fraga.&nbsp;

No Brasil, milhares de pessoas que sofrem com epilepsia, alzheimer, parkinson, autismo e outras doen&ccedil;as tiveram suas vidas impactadas pelo uso da cannabis, segundo a Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Apoio Cannabis Esperan&ccedil;a (Abrace). Na Bahia, ao menos 2 mil pacientes usam medicamentos &agrave; base de subst&acirc;ncias derivadas da planta can&aacute;bica, segundo a Associa&ccedil;&atilde;o para pesquisa e desenvolvimento da cannabis medicinal no Brasil, a Cannab.&nbsp;

Al&eacute;m da distribui&ccedil;&atilde;o gratuita da medica&ccedil;&atilde;o, o projeto tamb&eacute;m ressalta a import&acirc;ncia de parcerias técnico-científicas com o poder p&uacute;blico, buscando o incentivo à realização de estudos e pesquisas acerca dos usos terapêuticos e tradicionais da cannabis e de seus derivados. Na C&acirc;mara dos Deputados, est&aacute; em discuss&atilde;o o PL 399/15, que autoriza o cultivo, no Brasil, de cannabis para fins medicinais, veterin&aacute;rios, cient&iacute;ficos e industriais.

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