Quais são principais setores da economia da Bahia? Veja
PIB do setor agro alcança R$ 19,8 bilhões no 1º trimestre de 2025, enquanto indústria mostra leve recuperação e serviços seguem em retraçã
Por Matheus Caldas.
O desempenho da economia da Bahia no início de 2025 revelou contrastes importantes entre os principais setores. Dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam avanço do agronegócio e da indústria, enquanto os serviços e o comércio varejista registraram oscilações negativas em parte do período analisado.
Agronegócio representa 14,3% do PIB na economia da Bahia
No primeiro trimestre de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio baiano alcançou R$ 19,8 bilhões, equivalente a 14,3% da economia estadual. Em termos reais, houve crescimento de 1,4% frente ao mesmo período de 2024, resultado sustentado pelo bom desempenho da agropecuária, que registrou aumento de 10% no volume produzido.
Em valores nominais, a alta foi de 14,3%, reflexo da elevação dos preços em todos os segmentos: 20% na agropecuária, 11% nos insumos, 15% nos serviços e 9% na agroindústria.
A participação dos agregados no setor ficou distribuída da seguinte forma:
- Agropecuária (Agregado II): 24,4%
- Serviços ligados à distribuição (Agregado IV): 48,2%
- Agroindústria (Agregado III): 16,4%
- Insumos (Agregado I): 11,1%
Apesar da expansão, a contribuição relativa do agronegócio ao PIB do estado caiu em relação a 2024 (15,2%), já que a economia baiana como um todo cresceu 3,2% no período.
Indústria registra leve alta no semestre
A produção industrial baiana apresentou recuperação em junho de 2025, com crescimento de 2,1% em relação a maio, após retração de 3,9% no mês anterior. No acumulado do primeiro semestre, o setor registrou expansão de 0,7%.
Na comparação com junho de 2024, a indústria cresceu 0,8%, com destaque para os segmentos de derivados de petróleo (7,2%), indústria extrativa (3,9%), borracha e plásticos (1,9%) e metalurgia (1,6%). Por outro lado, houve quedas expressivas em produtos químicos (-8,5%), couro e calçados (-10,5%), celulose e papel (-5,0%) e bebidas (-4,0%).
No acumulado do semestre, os maiores avanços neste segmento da economia da Bahia foram registrados em máquinas e materiais elétricos (26,7%), derivados de petróleo (7,6%) e metalurgia (2,8%).
Serviços mostram retração no 2º trimestre
O setor de serviços na Bahia apresentou desempenho negativo no segundo trimestre de 2025. O volume recuou 2,0% na comparação anual e 2,8% em junho frente ao mesmo mês de 2024, enquanto a média nacional cresceu 2,8%.
As principais quedas foram registradas em:
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-6,1%)
- Serviços prestados às famílias (-5,7%)
- Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,1%)
Por outro lado, houve crescimento em outros serviços (11,0%) e em serviços de informação e comunicação (1,3%).
Mesmo com a retração no volume, a receita nominal de serviços cresceu 3,0% em junho e 6,5% no acumulado do primeiro semestre de 2025.
Comércio varejista tem retração em junho
As vendas do comércio varejista baiano caíram 0,7% em junho de 2025 na comparação com maio, apesar do impacto positivo do Dia dos Namorados e dos festejos juninos. Frente ao mesmo mês de 2024, houve crescimento de 1,1%.
No acumulado do segundo trimestre, o setor apresentou alta de 3,4% em relação ao trimestre anterior e de 1,7% frente a 2024. Já no semestre, o crescimento foi de 0,6%, abaixo da média nacional de 1,8%.
Por atividade, tiveram desempenho positivo em junho:
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos (7,0%)
- Hipermercados e supermercados (1,6%)
- Móveis e eletrodomésticos (0,9%)
Em contrapartida, segmentos como livros, jornais e papelaria (-17,4%), equipamentos de escritório e informática (-6,2%) e vestuário (-2,3%) apresentaram quedas.
Semiárido concentra produção agropecuária
A Bahia possui 85,6% de seu território no Semiárido, abrangendo 287 municípios e cerca de 7,8 milhões de habitantes. A região é responsável por 73,8% da agropecuária estadual, além de 30,4% da indústria e 40,4% dos serviços.
Em 2021, o Semiárido respondeu por 39,6% do PIB baiano, com destaque para atividades ligadas ao setor primário. O mercado de trabalho regional contabilizava, em 2023, cerca de 980 mil empregos formais, dos quais 200,5 mil no comércio e 221,6 mil em serviços.
Turismo mantém peso econômico
O turismo é outro setor de relevância na economia da Bahia. Dados da SEI mostram que as Atividades Características do Turismo (ACT) representaram 3,2% do Valor Adicionado Bruto (VAB) estadual em 2022, equivalente a R$ 11,2 bilhões.
As principais atividades do segmento foram:
- Alojamento e alimentação (54,6%)
- Transporte, armazenagem e correio (32,2%)
- Arte, cultura, esporte e recreação (6,8%)
- Atividades profissionais, científicas e técnicas (5,0%)
- Serviços de informação e comunicação (1,4%)
A retomada pós-pandemia impulsionou taxas elevadas em 2021 e 2022, quando o setor cresceu 8,4% e 7,3%, respectivamente.
Panorama econômico da Bahia
Com PIB de R$ 402,6 bilhões em 2022, a Bahia é a 7ª maior economia do Brasil. O estado tem população estimada em 14,8 milhões de habitantes em 2024 e extensão territorial de 564,7 mil km², sendo o maior do Nordeste.
A estrutura econômica estadual se distribui da seguinte forma:
- Serviços: 62,7%
- Indústria: 26,0%
- Agropecuária: 11,3%
No agronegócio, a Bahia se destaca como maior produtor nacional de frutas, com valor de R$ 10,6 bilhões em 2023, além de forte produção de soja (R$ 17 bilhões), algodão (R$ 7,3 bilhões), milho (R$ 2,9 bilhões) e cacau (R$ 2,4 bilhões).
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