Jards Macalé: Amigos e artistas prestam homenagens ao músico
Amigos e artistas prestaram homenagens ao músico Jards Macalé, que morreu nesta segunda-feira
Por Lucas Pereira.
Um dos maiores nomes da música nacional, o músico Jards Macalé morreu nesta segunda-feira (17), aos 82 anos, no Rio de Janeiro, de causas ainda não divulgadas. Autor de “Vapor Barato”, imortalizada na voz de Gal Costa e regravada pela banda O Rappa, Macalé, conhecido como “anjo torto da MPB” foi lembrado com carinho por fãs após o anúncio da morte.

Em perfis das redes sociais, amigos e artistas prestaram homenagem ao músico. Caetano Veloso, com grandes parcerias de Macalé, especialmente no disco “Transa” (1972), em que Jards foi produtor musical e tocou em várias faixas, publicou uma homenagem nas redes sociais e afirmou que, sem ele, esse álbum, que é considerado um marco da música brasileira, não existiria.
Irmã de Caetano e parceira de Macalé em vários trabalhos, Maria Bethânia também se pronunciou, afirmando que o carioca “fará muita falta neste mundo”.
Outro baiano com relação de longa data com Jards Macalé, Gilberto Gil, escreveu agradecimentos ao músico: “Macal eterno! Obrigado por tanto."
O poeta Torquato Netto se pronunciou chamando Jards Macalé de um dos “últimos guardiões da geração que reinventou a música popular brasileira”:
O perfil oficial da cantora Gal Costa, falecida em 2022, destacou a importância de Jards Macalé na trajetória dela carreira:
Outras personalidades como Chico César, Margareth Menezes, o músico baiano Teago Oliveira, o cantor Tim Bernardes, o presidente Lula e até o perfil do EC Bahia também reagiram à morte de Macalé:
obrigado, mestre irmão @jards_macale ❤️ pic.twitter.com/yEUMdGiTFT
— Chico César (@ChicoCesarOf) November 17, 2025
O Brasil perde hoje um dos seus grandes mestres: Jards Macalé nos deixou, mas sua obra, sua irreverência e sua genialidade ficam por aqui.
— Margareth Menezes (@MargarethMnzs) November 17, 2025
Macalé foi um artista daqueles completos, sempre à frente do tempo e que nunca teve medo de experimentar.
Tive a alegria de mergulhar em…
Realmente estão indo todos… que coisa difícil de lidar.
— Teago Oliveira (@teagoliveira) November 17, 2025
Jards Macalé, descanse em paz. Outra grande referência da música brasileira.
Umbora Macal !!! pic.twitter.com/AUGmkVJcQu

Jards Macalé dizia que o amor é um gesto político. E que em tempos de ódio e de intrigas como os que vivemos recentemente, pouca gente falava do amor, e por isso era tão importante cantá-lo.
— Lula (@LulaOficial) November 17, 2025
Essa visão de mundo me aproximou de Jards: política e amor devem andar juntos. Não…
🏴 O Esquadrão lamenta o falecimento do músico, cantor e compositor Jards Macalé, aos 82 anos. O "anjo torto da MPB" era grande parceiro de baluartes baianos como Gal Costa, Maria Bethânia e Caetano Veloso. Nossa solidariedade a familiares e amigos. #BahiaDasArtes #NotaDePesar pic.twitter.com/EDDoAQ5V6k
— Esporte Clube Bahia (@ecbahia) November 17, 2025
Jards Macalé era conhecido como 'anjo torto da MPB'
Nascido no Rio de Janeiro em 1943, Jards Anet da Silva iniciou sua trajetória na música nos anos 1960. Sua primeira composição foi gravada por Elizeth Cardoso em 1964. Macalé rapidamente se estabeleceu como uma figura vanguardista, avessa a padrões comerciais, o que lhe rendeu a alcunha de "anjo torto da MPB".
O artista causou grande impacto em 1969, com a performance de "Gotham City" no IV Festival Internacional da Canção. Em 1972, lançou seu influente álbum de estreia, Jards Macalé, que consolidou sua estética híbrida, misturando rock, samba, jazz, blues, baião e choro. Desse período, são clássicos como "Hotel das Estrelas" e "Mal Secreto", além de "Vapor Barato", imortalizado também nas vozes de Gal Costa e Maria Bethânia, que está em turnê pelos 60 anos de carreira.
Parceiro de poetas como Waly Salomão e Torquato Neto, Macalé construiu uma obra marcada pela experimentação e pela defesa intransigente da liberdade criativa. Essa postura o aproximou de outros artistas desprendidos de gravadoras, como Luiz Melodia, já homenageado por baianos como Lazzo Matumbi.
Mesmo após décadas de carreira, Macalé manteve seu vigor artístico, explorando diversos gêneros com sua voz singular e violão moldado pela formação erudita. Um dos destaques recentes de sua discografia é o álbum Besta Fera, lançado em 2019.

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