'Por que o Aqualuz não é política pública?’, questiona cientista baiana

A cientista e empreendedora social Anna Luisa Beserra, criadora do Aqualuz, fez um apelo direto às autoridades. Ao receber a Comenda 2 de Julho, nesta quinta-feira (4), ela foi além do agradecimento e defendeu que ainda é preciso conquistar a independência da falta de água segura.

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Em discurso na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Beserra fez uma reflexão sobre o significado da luta pela liberdade. "A independência de 1823 foi contra canhões e a Coroa, mas a independência que ainda nos falta é contra a desigualdade que persiste", declarou. A cientista destacou a água como um elemento fundamental para a dignidade e liberdade humana. “Água não é favor, não é moeda de troca, é liberdade”, afirmou.

Em questionamento direto, a cientista levantou uma questão crucial sobre a implementação de inovações sociais no Brasil, citando uma pergunta que jornalistas costumam fazer para ela, mas que ela ainda diz não saber ao certo a resposta: “Por que o Aqualuz ainda não é política pública?”. Para a jovem de 27 anos, ciência e política pública precisam caminhar juntas.

Anna Luisa, que leva a bandeira da Bahia para o mundo por meio de seu trabalho, a devolveu ao estado em forma de um compromisso. "Faço aqui não só um convite, um pedido, mas uma convocação: que esta Assembleia do povo da Bahia ajude a renovar o sentido do 2 de Julho", pontuou.

Ela defendeu a necessidade de uma ação conjunta para resolver o problema, afirmando que a luta não é de uma ONG, de um governo, de uma universidade, nem de uma empresa apenas. “É uma luta de todos nós, e só terá vitórias quando ciência e gestão pública, iniciativa privada e comunidades caminharem juntas."

Anna Luisa encerrou seu discurso com um olhar para o futuro, expressando o desejo de que o 2 de Julho seja lembrado não apenas pelo passado, mas também pela "dignidade conquistada no presente e um futuro muito promissor" para todos os baianos.

Assista abaixo ao discurso completo da homenageada: