Salvador sedia primeira Semana da Mobilidade Antirracista
Evento acontece de 1º a 4 de setembro e reúne especialistas, gestores e ativistas
Por Matheus Caldas.
Salvador é palco da primeira Semana da Mobilidade Antirracista, iniciativa que propõe discutir o racismo institucional e estrutural presente nos modelos de transporte urbano e apontar alternativas para a construção de políticas públicas mais inclusivas. O evento começou nesta segunda-feira (1º) e vai até esta quarta-feira (4).
A Semana da Mobilidade Antirracista é idealizada pelo Observatório da Mobilidade de Salvador (ObMob Salvador) e pelo Instituto EquiCidades, com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, do Instituto Pólis e do Bacharelado em Urbanismo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
De acordo com a organização, a proposta é “aprofundar as discussões sobre o caráter racista das estruturas e tecnologias de mobilidade vigentes”, abordando como o planejamento urbano historicamente impacta de forma negativa corpos negros, indígenas e periféricos. A programação também pretende apresentar práticas de mobilidade antirracista, valorizando experiências que emergem das periferias e territórios racializados.
A Semana reunirá parlamentares, ativistas, gestores públicos e pesquisadores da área, com foco em uma agenda de debates construída a partir de uma perspectiva interseccional e crítica.
A programação contará com palestras, cursos, rodas de conversa, intervenções artísticas e a exibição do filme “Tarifa Zero: cidade em disputa”. As inscrições são limitadas e podem ser feitas pelo site do ObMob Salvador, neste link
Mobilidade em Salvador
O evento acontece em meio a discussões sobre subsídios e gratuidades no transporte público soteropolitano.
A Câmara de Salvador aprovou projeto de lei apresentado pelo vereador George Gordinho da Favela (PP) segundo o qual as empresas de ônibus forneceriam gratuidade a idosos a partir de 60 anos - atualmente, o benefício é válido a partir 65 anos.
O prefeito Bruno Reis (União), no entanto, considera difícil sancionar a proposta em função da logística financeira que a medida necessitaria.
Câmara analisa subsídio para transporte público
No bojo do que classifica como crise do transporte público em Salvador, Bruno Reis enviou ao Legislativo um pedido de subsídio para o sistema. O texto foi criticado pela oposição pela falta de valor específico para o benefício.
Além do subsídio, a líder da oposição, Aladilce Souza (PCdoB), criticou dois pedidos de empréstimos feito pela prefeitura. “O que chama atenção é que um deles é para pagar outro empréstimo. A prefeitura e o governo podem tomar empréstimo. É normal. Só que, em geral, é para algum programa específico, como, por exemplo, para financiar determinado equipamento para ajudar a cidade. Mas aqui não tem um programa específico”, explicou, em entrevista ao Aratu On.
Ela reforçou que, embora não seja contra a tomada de empréstimos, é necessário que haja justificativa clara. “Quando um ente público faz um empréstimo, tem que ter uma finalidade, um programa. Neste caso, não dá. É para alimentar o município para não ter déficit fiscal. Não somos contra empréstimo, mas tem que estar muito justificado para não ser um cheque em branco”, concluiu.
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