Fazer sexo uma ou duas vezes por semana reduz risco de depressão, diz estudo

O estudo, publicado no Journal of Affective Disorders, indica que fazer sexo uma ou duas vezes por semana pode estar associado a menor risco de depressão

Por Bruna Castelo Branco.

Pesquisadores das universidades de Shenzhen e Shantou, na China, identificaram uma possível relação entre a frequência sexual e o bem-estar psicológico. O estudo, publicado no Journal of Affective Disorders — revista científica da Sociedade Internacional de Transtornos Afetivos —, indica que fazer sexo uma ou duas vezes por semana pode estar associado a menor risco de depressão.

A pesquisa analisou dados de 15.794 adultos norte-americanos, com idades entre 20 e 59 anos. Os cientistas cruzaram informações sobre a frequência sexual autorrelatada e a incidência de sintomas depressivos, que afetam, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. De acordo com os resultados, os participantes que mantinham relações sexuais uma ou duas vezes por semana apresentaram maiores efeitos protetores sobre o bem-estar psicológico.

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Os cientistas cruzaram informações sobre a frequência sexual autorrelatada e a incidência de sintomas depressivos. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Os autores destacam que a atividade sexual pode funcionar como um “termômetro biopsicossocial”, refletindo aspectos físicos, emocionais e relacionais. Para o psiquiatra Daniel Mori, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), é importante que profissionais de saúde incluam o tema nas consultas. “Vale a pena incluir saúde sexual na avaliação médica e psicológica, algo que ainda é pouco perguntado no consultório”, afirma.

A ginecologista e obstetra Aline Ambrósio, especialista em sexualidade humana do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que a atividade sexual pode favorecer o equilíbrio emocional. “Ocorre a liberação de neurotransmissores benéficos, como ocitocina, dopamina e serotonina, além de endocanabinoides, substâncias cruciais para a regulação do humor”, explica.

Segundo a médica, não há uma frequência ideal para todos. “A individualização é fundamental, considerando contexto, desejo e satisfação de cada pessoa ou casal”, diz Ambrósio.

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Os autores destacam que a atividade sexual pode funcionar como um termômetro biopsicossocial, refletindo aspectos físicos, emocionais e relacionais. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Mori concorda que o estudo deve ser interpretado com cautela. “O que esse estudo encontrou, olhando a população, foi uma faixa onde o benefício parece maior. Isso é um referencial, não uma prescrição”, observa. “A vida sexual precisa respeitar contexto, valores individuais, importância, afetos, desejos e o consentimento de cada pessoa”.

Os especialistas lembram que a pesquisa mostra uma associação, não uma relação de causa e efeito, e que a qualidade do relacionamento também influencia os resultados. “É um estudo que aponta uma associação, não uma receita pronta. Ninguém deve se sentir pressionado a atingir uma meta, inclusive pessoas assexuais, que não devem ser patologizadas”, acrescenta Mori.

O psiquiatra também alerta que alguns antidepressivos podem reduzir a libido, o que requer acompanhamento médico. “Isso merece conversa franca na consulta, para ajustar tratamento sem perder qualidade de vida”, orienta.

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