Bar O Cravinho é alvo de operação por suspeita de bebidas irregulares
Bar O Cravinho foi fiscalizado nesta quinta-feira (16), após o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) interditar a produção de uma das bebidas
O tradicional bar “O Cravinho”, localizado no Centro Histórico de Salvador, foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (16). A ação integra a Operação Bebidas Etílicas, que tem como objetivo identificar estabelecimentos que comercializam produtos adulterados.
De acordo com informações iniciais, o bar teria sido interditado por comercializar bebidas sem nota fiscal e por falta de alvará de funcionamento. No entanto, o advogado do estabelecimento, Hans Henrique, negou a informação.
Em nota, a Polícia Civil informou que a operação foi motivada pela fabricação e comercialização de uma bebida específica, cuja produção foi interditada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) por não possuir autorização para fabricar destilados. Durante a ação, cinco amostras foram recolhidas e encaminhadas para análise no Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O advogado reforçou que o bar segue funcionando normalmente, e que a fiscalização se restringiu apenas à produção de uma das bebidas.
“Em razão do metanol, eles vieram fazer essa análise, mas não houve nenhuma denúncia específica. Essa operação está acontecendo em vários bairros do estado. O bar não foi interditado, essa informação é leviana. Foram os próprios funcionários que decidiram fechar as portas durante a vistoria”, afirmou.
A Operação Bebidas Etílicas foi intensificada após o aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas. Durante a ação, alguns barris foram apreendidos e encaminhados para perícia.
Prejuízo provocado por bebidas falsificadas
Os recentes casos de possível intoxicação por metanol no Brasil reacenderam o debate sobre bebidas alcoólicas adulteradas. Até o momento, há confirmação de uma morte, e outras ocorrências seguem em investigação. Entre 2024 e 2025, a falsificação e o contrabando de bebidas movimentaram cerca de R$ 471 bilhões, segundo o Anuário da Falsificação, publicado pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).
Uísque e gim lideram entre os produtos mais adulterados. Nos anos de 2024 e 2025, foram realizadas 1.587 operações contra o mercado ilegal de bebidas alcoólicas por agentes das Polícias Civil, Federal, Rodoviária Federal e da Receita Federal.
O estado de São Paulo é o principal destino das bebidas falsificadas, seguido de Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás e Pará.
O estudo aponta que o mercado ilegal continua crescendo de forma acelerada, impulsionado pelo aumento da tributação da indústria nacional, que reduz a competitividade dos produtos originais.
Envenenamento por metanol
Tem como saber se uma bebida está adulterada? O envenenamento por metanol continua gerando questionamentos após autoridades de saúde em São Paulo confirmarem mortes por intoxicação causada pela substância presente em bebidas adulteradas.
No entanto, por ser muito semelhante ao etanol, álcool presente nas bebidas alcoólicas, é quase impossível identificar visualmente ou pelo sabor se a bebida foi contaminada com metanol.
Até o momento, não existe nenhum teste caseiro confiável que possa ser feito antes do consumo de bebidas alcoólicas. A única forma de identificar o envenenamento é a partir dos sintomas, que costumam surgir entre seis e 12 horas após a ingestão da substância.
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