Investigado no caso do ferro-velho, empresário é solto em Salvador

Empresário Marcelo Batista havia sido preso por suspeita de tentativa de homicídio contra outras três pessoas

Por Anna Caroline Santiago.

O empresário Marcelo Batista, investigado pelo desaparecimento e morte de dois jovens em novembro de 2024, foi solto nesta quinta-feira (11). Ele havia sido preso por suspeita de tentativa de homicídio contra outras três pessoas em Salvador, conforme confirmou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Empresário Marcelo Batista do caso do ferro-velho é solto em Salvador.Foto: Reprodução

A prisão preventiva havia sido decretada em 26 de agosto e cumprida durante uma operação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O empresário foi localizado em um ferro-velho de sua propriedade, no bairro de Pirajá.

A reportagem do Aratu On tentou obter mais informações sobre a soltura junto ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas o processo corre em segredo de Justiça.

Embora Marcelo Batista seja investigado pelo duplo homicídio de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, cujos corpos ainda não foram encontrados, o mandado de prisão cumprido em agosto estava relacionado à tentativa de homicídio contra outras três pessoas, incluindo duas ex-funcionárias de sua empresa, que escaparam após serem alvo de disparos de arma de fogo.

O caso

Paulo Daniel e Matusalém foram vistos pela última vez no dia 4 de novembro, flagrados por câmeras de segurança do ferro-velho em que trabalhavam, no bairro de Campinas de Pirajá, em Salvador. 

A família de Paulo afirmou que ele chegou a trabalhar normalmente antes de desaparecer, enquanto Matusalém sumiu após sair para almoçar.

Os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz seguem desaparecidos. | Foto: Arquivo Pessoal

As vítimas teriam sido amarradas e torturadas com pauladas antes de serem mortas. À ocasião, Marineide Pereira, mãe de Paulo, contou que, dias antes do desaparecimento, o filho havia sido acusado pelo dono da empresa de roubar um gerador do local, mas não houve registro na Polícia.

No dia seguinte ao desaparecimento (5 de novembro), o Corpo de Bombeiros iniciou as buscas pelos rapazes. Foram usados cães farejadores no terreno do ferro-velho, confirmando que Paulo e Matusalém estiveram no local. Uma meia e um tênis de Paulo também foram encontrados.

A Polícia Civil identificou vestígios de sangue em um recipiente de lixo. Além disso, o sistema de câmeras de segurança, composto por mais de 50 equipamentos, estava destruído. "Cabe destacar que praticamente todo o monitoramento foi inutilizado, e possivelmente continha imagens da tortura e execução das vítimas", apontaram os policiais em relatório da investigação.

Os corpos dos jovens continuam desaparecidos. Em março, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) havia revogado um mandado de prisão contra Marcelo Batista.

Nesta mesma decisão do TJ, outros dois homens, investigados por participação no crime, Marcelo Durão Costa e Clóvis Antônio Santana Durão Júnior, tiveram liberdade provisória concedida. A decisão que beneficiou a dupla foi proferida em 25 de fevereiro, pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira.

Quem é Marcelo Batista?

Marcelo Batista da Silva, dono do ferro-velho, é o principal suspeito de matar e esconder os corpos dos dois funcionários do próprio estabelecimento. 

Assim como Paulo e Matusalém, Adson foi acusado de roubo pelo empresário. As investigações iniciais indicam que, antes de ser morto, ele foi interrogado sobre o suposto furto de metais e, depois, assassinado por policiais.

A polícia acredita que a morte do casal foi encomendada por Marcelo e executada por policiais militares envolvidos com milícias. Um desses policiais foi preso por extorsão mediante sequestro na Paraíba e tráfico de armas em Alagoas.

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.