Percussionista baiano é morto em ataque a tiros no Rio de Janeiro
Percussionista baiano foi morto em ataque a pessoas em situação de rua em Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro
O percussionista baiano Etevaldo Bispo dos Santos, de 52 anos, conhecido como "Bahia", foi uma das vítimas de um ataque a tiros contra pessoas em situação de rua em Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Além de Etevaldo, outro homem morreu e um terceiro ficou ferido, ambos em situação de rua.
Antes de viver nas ruas por mais de dez anos, Etevaldo tinha um salão no Rio de Janeiro, mas acabou se afastando após enfrentar problemas com drogas. A paixão pela percussão, trazida da Bahia, ele manteve no projeto social Batikum Afro, que oferece oficinas de música afro-brasileira em comunidades próximas ao local do crime.
Segundo Luccas Xaxará, diretor do projeto, Bahia era presença constante nos encontros. "Ele cantava, participava e estava sempre com a gente. Tocávamos percussão baiana, e ele sempre lembrava de Salvador", disse ao Globo.
O direto ainda informou que Bahia sofreu um AVC, o que deixou parte de seus movimentos limitados. No entanto, ele garantiu que o homem não deixou de ir aos ensaios.
"Ele tinha paralisia no braço, então não conseguia tocar, mas cantava com a gente. Chegava, começava a cantar e animava todo mundo"; relembrou. Os integrantes do projeto agora tentam localizar a família de Bahia em Salvador.
Ataque a tiros
O crime ocorreu por volta das 4h da manhã na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., próximo à Estação de Metrô de Irajá. Segundo a Polícia Militar, os suspeitos desceram de um carro e abriram fogo contra as vítimas, que dormiam sob o viaduto. Cápsulas de fuzil e pistola foram encontradas no local.
Dois homens foram encontrados mortos, incluindo Bahia. O terceiro, de 37 anos, foi socorrido pelos bombeiros em estado grave e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
As vítimas viviam no local, onde havia colchões, sofás, cobertores e roupas espalhados. Equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social acompanharam a situação durante a manhã, fiscalizando o atendimento às pessoas em situação de rua.
Capitais com o maior número de pessoas em situação de rua
O número de pessoas em situação de rua no Brasil registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) atingiu 335.151 em março de 2025. O dado consta no informe técnico de abril do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado na última segunda-feira (14).
Distribuição geográfica
A Região Sudeste concentra 63% da população em situação de rua no país — um total de 208.791 pessoas. Na sequência aparecem:
-
Nordeste: 48.374 (14%);
-
Sul: 42.367 (13%);
-
Centro-Oeste: 19.037 (6%);
-
Norte: 16.582 (4%).
Em números absolutos, os estados com maior número de pessoas em situação de rua são:
-
São Paulo: 143.426 (42,82%);
-
Rio de Janeiro: 30.997 (10%);
-
Minas Gerais: 30.355.
As capitais com os maiores registros são:
-
São Paulo (96.220);
-
Rio de Janeiro (21.764);
-
Belo Horizonte (14.454);
-
Fortaleza (10.045);
-
Brasília (8.591).
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).