Cachorros podem ficar 'viciados' em brinquedos, aponta pesquisa
Um estudo revelou que cães podem ficar viciados em brinquedos como bolinhas ou ursinhos de pelúcia
Por Bruna Castelo Branco.
Um estudo da Universidade de Berna, na Suíça, revelou que cães, presentes em 58% dos lares brasileiros, podem desenvolver comportamentos semelhantes aos vícios humanos em relação a brinquedos, como bolinhas ou ursinhos de pelúcia. A pesquisa, publicada na revista Science Advances, analisou o comportamento de 105 cachorros — 56 machos e 49 fêmeas — de diferentes raças e idades. Você sabe, aliás, quais são os nomes de cachorros mais populares no Brasil?
+ Cão surfista? Brasileiro viaja com cachorro em motorhome para Mundial de Surf Dog
+ Por que seu cachorro te segue pela casa? Veja o que diz a ciência
O trabalho mostrou que 33 dos animais apresentaram sinais compatíveis com vício comportamental, como fixação excessiva em um único brinquedo, desinteresse por comida, outros brinquedos ou até pela presença do dono, além de dificuldade em se acalmar quando o objeto era retirado.
Os pesquisadores compararam os resultados com sintomas de vícios em humanos, como os observados em apostas e jogos de azar, que não envolvem substâncias químicas, mas sim compulsões por atividades que proporcionam prazer imediato.
“Nossos resultados destacam paralelos entre a motivação excessiva por brinquedos em cães e os vícios comportamentais humanos, sendo os cães a única espécie não-humana até agora que parece desenvolver comportamentos semelhantes aos vícios de forma espontânea, sem indução artificial”, afirmam os cientistas no artigo.
Segundo os autores, ainda é cedo para afirmar que os cães realmente desenvolvem “vício” nos moldes humanos, já que isso exige a presença de consequências negativas para o indivíduo. No entanto, a ausência do brinquedo pode causar estresse, tristeza ou tensão prolongada em alguns casos. Os pesquisadores defendem que novos estudos sejam conduzidos para aprofundar a compreensão do fenômeno.
E não para por aí: pesquisas científicas vem demonstrando que cachorros compartilham diversas semelhanças com os humanos, e podem sofrer luto por outros animais, reconhecer palavras, perceber o estresse de seus tutores e até ficar tristes por isso.
Além disso, a companhia de cães e gatos pode ajudar a preservar funções cognitivas específicas ao longo do envelhecimento, de acordo com outro estudo da Universidade de Genebra, na Suíça. Publicada na Scientific Reports, a pesquisa analisou dados de mais de 18 anos e identificou que donos de animais domésticos apresentaram um declínio cognitivo mais lento do que pessoas sem pets.
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).