Zé Neto diz que é a favor do diálogo entre Zé Ronaldo e Jerônimo
Deputado federal Zé Neto diz que é a favor do diálogo entre Zé Ronaldo e Jerônimo, mas reafirma oposição política e critica duramente proposta de anistia no Congresso
Por João Tramm.
Em entrevista concedida ao Aratu On, o deputado federal Zé Neto (PT-BA) comentou a aproximação entre o prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo (União), e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Principal opositor do gestor da cidade, Zé Neto declarou ser favorável ao diálogo entre Zé Ronaldo e Jerônimo, desde que ele se dê em torno de pautas republicanas e institucionais.
A fala foi feita durante o 3° Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, realizado em Salvador, no Palacete Tira Chapéu. O evento foi promovido por Isabela Suaréz, da Associação Comercial da Bahia, e contou com a presença de diversas autoridades, como a do ex-presidente Michel Temer.
“Olha, eu acho que até aqui não se falou em política, se falou em ação institucional, que eu sou a favor. Foi assim com o Lula, foi assim com Jerônimo, foi assim com o Rui, foi assim com o Wagner. Nós sempre fomos republicanos. Temos que cuidar da cidade, cuidar do Estado, com essa divisão. Lá há um diálogo bom, um diálogo que tem sido importante para alguns temas da cidade — não todos, infelizmente — mas alguns temas a gente consegue evoluir, consegue colaborar, e esse diálogo tem sido feito.”
Zé Neto também afirmou que não se envolve nas decisões do governador e que qualquer avanço político dependerá exclusivamente das estratégias adotadas por Jerônimo para 2026:
“Na parte política eu não me meti. Cabe ao governador, que também já tem colocado publicamente que até aqui não houve esse diálogo na política. O próprio também, o prefeito, tem colocado. É claro que se aproxima 2026, o governador tem as suas estratégias, mas eu pessoalmente continuo na oposição de Feira. Mas, claro, preservando esse diálogo, que é um diálogo importante para a construção de temas que são, diria, superpartidários para a nossa cidade e para o nosso estado.”
Ainda no evento, o Linha de Frente, comandado pelo jornalista Pablo Reis, esteve ao vivo com um stand no Palacete. Dentre os destaques, realizou entrevista exclusiva com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Anistia
Zé Neto também comentou a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, que está sendo debatida no Congresso Nacional. O parlamentar foi enfático ao se declarar contra a proposta, classificando o episódio como um atentado ao Estado democrático de direito.
“Um golpe. Ninguém invente outra coisa. Estava tudo montado. Tem provas, tem todo o arcabouço que eles criaram para construir. O dia 8 de janeiro foi um dia de chegada, que havia uma articulação muito anterior, com todo o planejamento.”
O deputado fez questão de lembrar os registros amplamente divulgados na imprensa sobre os atos de vandalismo em Brasília: “Sem contar que todo mundo lembra do que aconteceu no dia 8 de janeiro. Então não tem que se falar. É uma cláusula pétrea, a questão da anistia ampla e geral, não existe.”
Zé Neto reforçou que o episódio deve ser tratado como crime grave, e não como manifestação política: “Não se fala aqui em um processo ideológico de desculpa. Se fala num grupo paramilitar, que se juntou com alguns que estavam na instituição do Estado naquele momento e formularam uma fissura, uma decisão, uma ruptura dentro do processo democrático do nosso Brasil, do nosso Estado de Direito.”
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