Nova variante da influenza não representa ameaça no Brasil, diz especialista

Variante da influenza, a "gripe K", foi identificado no Pará em uma paciente estrangeira, vinda das ilhas Fiji

Por Anna Caroline Santiago.

O Ministério da Saúde confirmou a identificação de um novo subclado do vírus Influenza A (H3N2), popularmente chamado de “vírus K”, em amostras coletadas no estado do Pará. Apesar do registro, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) afirma que a variante não representa, no momento, uma ameaça iminente à saúde pública no país.

Nova variante da influenza não representa ameaça no Brasil, diz especialista. Foto: Imagem Ilustrativa | Freepik

A detecção consta no mais recente Informe de Vigilância das Síndromes Gripais, referente à Semana Epidemiológica 49, publicado em 12 de dezembro.

De acordo com o Ministério da Saúde, a "gripe K" não é um vírus inédito, mas sim uma mutação genética do H3N2, patógeno já conhecido por causar surtos sazonais. Linhagens semelhantes já foram registradas na América do Norte, Europa e Ásia.

Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm, explica que o surgimento de variantes faz parte do ciclo biológico do vírus. Para o médico, ainda é precoce prever o impacto da cepa na próxima temporada nacional:

“Não sabe se essa vai ser a variante circulante e predominante ainda no mundo. Está começando a temporada no Hemisfério Norte. Nem sabemos se vai ser a temporada do H3N2 ou se vai vir outro H1N1. Isso é tudo muito teórico ainda”, disse Kfouri.

Enquanto no Hemisfério Norte a atividade gripal começou antecipadamente — com a variante K respondendo por quase 50% dos casos europeus entre maio e novembro de 2025 —, o cenário brasileiro é de monitoramento.

O caso identificado no Pará é considerado importado: trata-se de uma paciente adulta, estrangeira, vinda das ilhas Fiji. Até o momento, as autoridades sanitárias garantem que não há evidências de transmissão local da variante em solo brasileiro.

Vacinação como principal defesa

Especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reiteram que a mutação constante do vírus é o motivo central para a imunização anual. Kfouri ressalta a importância da atualização das doses:

“Todo ano temos novidade do influenza. É da natureza do vírus sofrer mutações e causar epidemias anuais. Por isso, que precisamos tomar vacina todo ano. As vacinas são atualizadas conforme o que se consegue prever do que vai circular na temporada seguinte”, explicou.

Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil

A boa notícia é que a ciência já se antecipou ao subclado. Segundo Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a fórmula recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro já contempla as cepas mais recentes:

“A composição da vacina de influenza recomendada pela Organização Mundial de Saúde foi atualizada em setembro para o próximo ano, com cepas mais próximas dos clados atualmente em circulação, incluindo o subclado K”, diz Marilda Siqueira.

Com informações da Agência Brasil*

Vacina da gripe: é seguro se vacinar gripado

 uma dúvida comum surge durante a campanha de vacinação: "Posso me vacinar mesmo gripado?"

Para responder à pergunta, o infectologista Robson Reis explica que é importante identificar se os sintomas apresentados são de resfriado ou gripe.

Segundo o Ministério da Saúde, as duas doenças não são a mesma coisa. A gripe é uma infecção respiratória aguda, causada pelo vírus Influenza, e pode ser grave. Os principais sintomas incluem:

Febre alta

Dor de garganta

Tosse

Dores no corpo

Dor de cabeça

Fraqueza

Mal-estar

A vacina contra a gripe (Influenza) está liberada para toda a população a partir dos seis meses de idade na Bahia. Com o início da nova campanha de imunização, uma série de dúvidas recorrentes volta a circular, como: “Posso ficar doente ao tomar a vacina?”

Para esclarecer a população e incentivar a adesão à campanha, o Aratu On reuniu algumas das perguntas mais comuns, respondidas pelo Ministério da Saúde. Confira:

Embora a dúvida seja comum, o Ministério da Saúde explica que isso não acontece. A vacina é feita com fragmentos de vírus inativados (ou seja, mortos), o que impossibilita o desenvolvimento da gripe a partir do imunizante.

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