Geddel fala em 'hipocrisia' de críticos e diz: 'Cumpri pena da Justiça'
Geddel se defendeu e disse que “qualquer político poderia ter passado por situação semelhante”
Por Matheus Caldas.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima classificou como “hipócritas” as críticas que sofreu, sobretudo por políticos baianos, quando esteve na prisão em razão da condenação.
Em entrevista ao programa Linha de Frente, da rádio Antena 1, ele se defendeu e disse que “qualquer político poderia ter passado por situação semelhante”. “Qualquer político baiano, brasileiro, viveu esse drama que é o financiamento eleitoral de campanhas políticas. Pronto. Aconteceu. Como aconteceu? Não sei”, disse.

Geddel Vieira Lima foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, após delatores como o doleiro Lúcio Funaro terem apontado que ele esteve em pontos de entrega de propina e que teria recebido caixas de dinheiro.
A Polícia Federal encontrou malas que somavam R$ 51 milhões em espécie em um apartamento no bairro da Graça, em Salvador.
O ex-ministro foi condenado em 2019 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos e 10 meses de prisão. No entanto, em fevereiro de 2022, o ministro Edson Fachin autorizou Geddel a cumprir pena em liberdade condicional.
Ele considera que “podia ter tido vida mais fácil” caso fechasse acordo de delação premiada. “Se tivesse cedido a pressão de todos, inclusive familiar, aberto a boca, eu teria feito uma delação. Não era minha intenção. Não sou eu. Não queria e isso. Não iria me sentir bem”, ponderou.
Ele conta que, após ser preso, se tornou “um leproso”. Contudo, em 2022, diz que passou a ser novamente procurado por lideranças políticas como o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), o ex-prefeito ACM Neto (União), o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (União), o ex-deputado estadual Marcelo Nilo (Republicanos) e o senador Jaques Wagner (PT).
“Em 2022, eu era o mesmo Geddel: já tinha sido preso. Mas, quando passou a ser interessante o MDB, minha casa passou a ser o vale dos leprosos e passou de ser a Basílica da Aparecida. Era romaria querendo apoio do MDB, meu apoio. Ninguém tinha mais vergonha, não tinha mais encontro escondido”, relembrou.
Em 2022, Geddel foi cortejado pelos grupos de ACM Neto e Jerônimo Rodrigues (PT). No fim das contas, o ex-ministro aderiu à campanha do petista e, até hoje, faz parte da base do governo. “Qual a alternativa? Queriam o que? Prisão perpétua não existe. Pena de morte não existe. Queriam que eu fosse um fraco, deprimido e botasse uma bala na cabeça? Não contem comigo para este tipo de coisa. Estou na vida. Estou na luta”, contrapôs.
Apesar de seguir com influência na política baiana, ele garante que não se participará mais de eleições. “Política eleitoral passou meu tempo. Continuo gostando, trazendo minha experiência, influenciando onde eu puder, sendo ouvido por quem quer ouvir, criticado por quem quer criticar, me mantendo numa posição em que a única coisa que cobro é respeito”, finalizou.
Assista entrevista com Geddel Vieira Lima
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