Vereador baiano tem mandato suspenso após denúncia de assédio sexual
O vereador baiano Rogério Rocha (Republicanos) ficará afastado por 30 dias, impedido de exercer suas funções parlamentares e sem direito ao subsídio durante o período
O vereador da Câmara Municipal de Jaguaquara, no sudoeste da Bahia, Rogério Rocha (Republicanos), teve o mandato suspenso na terça-feira (4) após ser denunciado por assédio sexual contra uma servidora da Casa. A suspensão, com duração de 30 dias, foi aprovada por unanimidade.

O parlamentar recebeu 12 votos favoráveis. Segundo a Câmara Municipal, a decisão passa a valer a partir da publicação do ato no Diário Oficial do Legislativo.
Durante o período de penalidade, Rogério Rocha ficará impedido de exercer suas funções parlamentares e não receberá subsídio. Como o afastamento é inferior a 120 dias, não haverá convocação de suplente.
De acordo com a Câmara, a denúncia foi apresentada em 29 de setembro. O processo correu sob sigilo para preservar a identidade da servidora que relatou o caso de assédio.
Veja a nota completa na íntegra:
"A Câmara Municipal de Jaguaquara informa que, em sessão ordinária realizada na noite de terça-feira (4 de novembro de 2025), foi aprovada, por 12 votos favoráveis, unanimidade dos vereadores presentes, a suspensão do mandato do vereador Rogério Rocha (Republicanos) pelo período de 30 dias.
A decisão decorre do parecer final da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que apontou violação ao Código de Ética da Casa, com aplicação da penalidade prevista no artigo 17, que estabelece a suspensão temporária do mandato em casos de conduta incompatível com o decoro parlamentar.
Em 29 de setembro de 2025, a Câmara recebeu o Ofício nº 352/2025/1PJ, encaminhado pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Promotor de Justiça Lúcio Meira Mendes, que anexou cópia do procedimento investigativo nº 8006114-98.2025.805.0138, oriundo da Delegacia de Polícia Territorial de Jaguaquara. No documento, o Ministério Público comunicou que o vereador é apontado como autor de fatos ocorridos na sede do Poder Legislativo Municipal e solicitou que o Legislativo adotasse as providências que entendesse cabíveis.
O processo tramitou sob sigilo para resguardar a identidade da servidora que apresentou denúncia de assédio sexual. Todas as etapas do procedimento foram conduzidas observando-se o devido processo legislativo, a ampla defesa e as normas regimentais.
Durante a sessão, o vereador acusado e o seu advogado apresentaram defesa oral e, em seguida, retiraram-se do plenário. Logo após, os demais vereadores fizeram uso da tribuna livre para se manifestar sobre o caso e, posteriormente, deu-se início à votação do parecer da Comissão de Ética, que recomendou a suspensão do parlamentar por 30 dias sem remuneração.
A votação ocorreu de forma secreta, conforme prevê o Código de Ética da Câmara. O processo foi realizado com o uso de urna e cédulas de votação, garantindo o sigilo do voto. Os vereadores foram chamados em ordem alfabética para registrar seus votos, e muitos deles se manifestaram publicamente durante a tribuna e no momento do depósito das cédulas, expressando seus posicionamentos sobre o caso.
A Comissão de Ética, presidida pela vereadora Núbia Louzado (PT), e o relator, vereador Rodrigo Dias (PSD), reafirmaram a legalidade do procedimento e a responsabilidade institucional da Câmara em zelar pelo respeito à função pública e pela integridade de seus servidores.
A suspensão passa a valer a partir da publicação do ato no Diário Oficial do Legislativo. Durante o período de penalidade, o vereador ficará impedido de exercer funções parlamentares e não fará jus ao subsídio. Por se tratar de afastamento inferior a 120 dias, não haverá convocação de suplente.
A Câmara Municipal reafirma seu compromisso com a ética, a transparência, o respeito às leis e a proteção de todos os servidores e cidadãos que confiam no Poder Legislativo."

Casos recentes envolvendo vereadores baianos
O vereador George Everton Santana (PCdoB), o "George da Ruinha, de Ubaitaba, a 374 km de Salvador, foi preso na manhã desta quinta-feira (30) com R$ 130 mil em espécie, durante a Operação Frater Dominus, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/Ilhéus) e pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), com apoio das Polícias Militar e Civil.
A ação foi realizada de forma simultânea em seis cidades: Ubaitaba, Itabuna, Itacaré, Maraú e Itapetinga, na Bahia, além de Santa Luzia do Itanhy, em Sergipe. O objetivo foi cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa investigada por tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Durante o cumprimento dos mandados, os policiais encontraram R$ 130 mil em dinheiro vivo na casa do parlamentar de Ubaitaba, que foi preso em flagrante. O valor apreendido será encaminhado para perícia e pode ser usado como prova em um possível esquema de lavagem de dinheiro.
Crime organizado na Bahia
No último mês de setembro, a Operação Anátema da Polícia Civil da Bahia desarticulou um grupo criminoso especializado em lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, com atuação em pelo menos quatro estados, incluindo a Bahia. As investigações também apontaram conexões internacionais.
Em outra situação, dezoito pessoas foram presas durante a Operação Castelo de Cartas, deflagrada em Jequié, no sudoeste da Bahia. Segundo a Polícia Civil, o grupo criminoso é apontado como responsável por pelo menos 19 assassinatos consumados neste ano.
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